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Febre maculosa pode ter matado um menino de 10 anos, morador do Barra Nova

Bruninho morreu na última sexta-feira à tarde no Hospital Universitário, onde estava há mais de um mês internado.

Redação/ Região News

26 de Novembro de 2023 - 19:41

Febre maculosa pode ter matado um menino de 10 anos, morador do Barra Nova
Bruno Cesar Luvo Sá. Foto: Divulgação

Vizinhos no Assentamento Barra Nova 2, colegas e os professores da Escola Municipal Ariano Suassuna, onde era aluno do 4⁰ ano, ainda estão consternados com a morte de Bruno Cesar Luvo Sá, um menino de 10 anos. Bruninho morreu na última sexta-feira à tarde no Hospital Universitário, onde estava há mais de um mês internado. Embora ainda sejam necessários exames complementares, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a causa mais provável da morte de Bruninho é  a febre maculosa. Trata-se de doença infecciosa transmitida pelo carrapato que tem como hospedeiros, a capivara, o cachorro, dentre outros animais.

Por orientação dos médicos, o velório de Bruninho foi rápido por causa do risco de contaminação. Ele foi sepultado no Cemitério São Sebastião no último sábado às 8 horas da manhã. O atestado de óbito apontou como causa mortis, septicemia (infecção generalizada), pneumonia e febre de origem especificada.

Conforme relato de vizinhos, Bruno, quando não estava na escola, era um companheiro inseparável do avó Joel, a quem acompanhava nas pescarias no Rio Vacaria e no trabalho diário no sitio.

O que é a febre maculosa

A febre maculosa brasileira é uma doença infecciosa transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, da espécie Amblyomma cajennense, não sendo passada diretamente entre de pessoa para pessoa nem pelo contato com animais infectados. A bactéria R. rickettsii é propagada aos humanos e aos animais apenas por meio da picada de um carrapato infectado. Mais comum entre os meses de maio a novembro, a doença tem tratamento por meio de antibióticos. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior será a chance de cura. Em humanos, quando não tratada, a enfermidade consegue ter mais de 80% de letalidade.

Os mamíferos hospedeiros (cães, bois, cavalos, capivaras, aves domésticas, gambás, coelhos, etc.) são animais predispostos à infecção por R. rickettsii, mantendo níveis circulantes da bactéria na corrente sanguínea, o suficiente para causar infecção de carrapatos que dele se alimentem.

Para que haja a transmissão, os carrapatos devem permanecer fixados à pele do hospedeiro por um período variável entre seis e dez horas, o suficiente para que a bactéria seja reativada na glândula salivar e em seguida espalhada pelo corpo. Os carrapatos, além de vetores, são também reservatórios de R. rickettsii. Cada fêmea de carrapato infectada pode gerar até 16 mil filhotes aptos a transmitir R. rickettsias.

O período de incubação varia de dois a 14 dias após a picada (média de sete dias). Os sintomas têm início de forma repentina, com febre – de moderada a alta –, que dura geralmente de duas a três semanas, acompanhada de dor de cabeça, calafrios, olhos vermelhos.

A lesões, parecidas com uma picada de pulga, apresentam, às vezes, pequenas hemorragias sob a pele e aparecem em todo o corpo, nas palmas das mãos e na planta dos pés – diferentemente do que acontece em outras doenças, como sarampo, rubéola e dengue hemorrágica, por exemplo.

Observações:

– Os cães, muitas vezes, não apresentam nenhum sintoma da doença;

– É essencial fazer com frequência a higiene dos animais com carrapaticidas. O uso do produto deve ser realizado tanto em cães domésticos quanto em animais de grande porte como o cavalo ou boi;

– Manter gramados bem aparados, rente ao solo.

Recomendação:

É necessário buscar ajuda nos primeiros dias de sintoma, pois o atendimento rápido para tratar a doença faz toda a diferença. Já para evitar a contaminação, é preciso combater o parasita por meio do adequado manejo ambiental, assim, ao evitar o carrapato evita-se também a doença.