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SIDROLÂNDIA- MS

IBGE: Sidrolândia não deve atingir 60 mil habitantes e pode perder posições no ranking

Na avaliação do geógrafo Geovane Ferreira Santos, a população da zona rural foi superestimada.

Marcos Tomé/RN

29 de Novembro de 2022 - 07:51

IBGE: Sidrolândia não deve atingir 60 mil habitantes e pode perder posições no ranking
Sidrolândia. Foto: RN.

Embora ainda estejam faltando 4.007 domicílios a serem visitados e outros 3.400 terão de ser revisitados, mesmo nas projeções mais otimistas, o censo 2022 não deve apurar os 60.670 habitantes que o IBGE projetou para Sidrolândia. No cenário mais favorável, a população Sidrolandense poderá somar 57.486 habitantes, se a projeção se confirmada, aproximará a população da cidade de Naviraí (56.484) e de Nova Andradina (56.057) a menos que também nestas cidades o levantamento do censo não confirme as projeções do IBGE.

Na avaliação do geógrafo Geovane Ferreira Santos, a população da zona rural foi superestimada. Considerando que a população urbana da cidade deve ser hoje de 39.404 habitantes, no campo a população deveria ser 21.266 habitantes, o que representaria um incremento de 6.917 sobre os números de 2010, data do último censo, que apurou 14.349 habitantes.

"Neste período, lembra ele, não houve nenhuma migração nesta proporção (incremento populacional de 45%) que sustentasse esta estimativa mais otimista. "De 2010 para cá só foram assentadas mais 261 famílias (Nazareth, Triângulo e Kaapuã), muitas delas já acampadas na cidade. O fechamento da Usina Santa Usina Santa Olinda, em 2015, provocou o esvaziamento populacional do Quebra Coco", explica.

Ele projeta uma população da zona rural em torno de 17 mil de habitantes, incluindo os 896 indígenas da Reserva Buriti (os 1328 terena das aldeias urbanas estão fora desta conta), além dos moradores de chácaras e fazendas. "Muitos dos filhos dos assentados, que há 12 anos eram crianças, foram para Campo Grande estudar ou trabalhar”, explica.

Isto está se refletindo na queda do número de alunos que levou ao fechamento de salas e de escolas como do São Pedro, além da adoção de série multisseriadas. Em 2018, as escolas municipais abrigavam 2.133, neste ano estão matriculados 1.770 estudantes, incluindo os do EJA.

O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ademir Osiro, revela que a Prefeitura vai ceder um veículo para as equipes do IBGE fazerem o trabalho de revisita dos 1.800 domicílios encontrados vazios, 1.300 usados de forma eventual e os 300 cujos moradores se negaram a prestar informações.

Nos 17.817 domicílios visitados, só foram computados 37.735 moradores. Falta visitar 4.007, incluindo a prefeita Vanda Camilo, que ainda não foi recenseada. A estimativa de 56.494 habitantes se nos 7.047 domicílios que ainda foram visitados.

Uma das esperanças é que boa parte dos 1.300 domicílios encontrados vazios na primeira visita, desta vez hajam moradores. Em muitos assentamentos, onde os lotes foram arrendados para o plantio de soja, os moradores voltaram para cidade ou só vão aos lotes aos finais de semana, informa um dos coordenadores locais do censo.

"Vamos fazer um esforço para garantir que todos os domicílios visitados e todos os moradores prestem as informações", explica Ademir. Os dados do censo servem de base para a definição de políticas públicas e são parâmetro de cálculo do FPM (Fundo de Participação) da Prefeitura e do número de vereadores. Se fechar com menos de 50 mil habitantes, Sidrolândia perderia R$ 6 milhões por ano de FPM e a representação na Câmara cairia de 15 para 13 vereadores.