População branca cai 2,78%; pardos aumentaram 45,80% e pretos 53%

A radiografia racial de Sidrolândia retratada pelo Censo do IBGE mostra que em 12 anos, intervalo entre um levantamento e outro, a quantidade de sidrolandenses que se declararam pardos ou negros, passou a representar 55,95% da população, um avanço de 10,74% sobre os 50,52% de participação identificados em 2010.

Na contramão deste avanço, houve queda de 13% da participação dos brancos no perfil racial da cidade. Em 2010, 18.381 pessoas residentes na cidade se declararam brancas, 43,62% da população de então (42.132 habitantes). Agora, os brancos são 17.870 habitantes, 511 a menos que há 12 anos, representando 37,92% dos 47.118 habitantes, contados pelo IBGE.

Por grupo racial, o maior crescimento em termos proporcionais, 53%,  foi da população que se declarou negra. Em 2010, foram contados 1.991 negros, 4,72% da população o grupo ganhou mais 1.052, são 3.048 habitantes, 6,46% dos moradores. Os pardos que representavam 45,80%, agora são 49,49%, passaram de 19.300 para 23.322, 20% a mais.

Também houve crescimento expressivo, 37,46%, da população indígena, que de 4,68% passou a representar 5,75% da população, com a chegada de terenas de cidades vizinhas atraídos pelas oportunidades de emprego na cidade. Foram abertas novas aldeias na área urbana (Nova Tereré e Nova Nascente ) e também na zona rural (Nova Nascente e Nova Corguinho). O contingente de indígenas passou de 1.972 para 2.711 habitantes. A colônia japonesa 65%, de 483 para 167 habitantes.

Cenário estadual

O número de pessoas que se autodeclaram pardas superou o de brancos em Mato Grosso do Sul. Desde 1991, quando foi incluído o quesito 'cor e raça' no censo, esse contingente não superava a população branca no Estado.

Conforme os dados, a população residente em Mato Grosso do Sul é formada por 1.293.797 pessoas pardas (46,93%), 1.168.407 brancas (42,38%), 179.101 pretas (6,50%), 96.029 indígenas (3,48%) e 19.616 amarelas (0,71%).

No Censo anterior, em 2010, a população autodeclarada parda era de 43,59%, com 1.067.560 pessoas, enquanto a branca era de 47,29%, correspondendo a 1.293.797, o que demonstra que, além do aumento de pardos, houve decréscimo na população branca em 10 anos, considerando que houve um aumento de 12,58% da população total

Houve também aumento de 31,01% da população indígena, de 73.295 (2,99%) em 2010 para 96.029 (3,48%) em 2022, e queda de 34, 52% da população amarela, de 29.957 (1,22%) para 19.616 (0,71%).

Desde o Censo Demográfico de 1991, percebe-se mudanças na distribuição percentual por cor ou raça da população, com o aumento de declaração por cor ou raça parda, preta e indígena, decréscimo para a população branca”, explica Leonardo Athias, analista do IBGE.

Dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, a população parda é maioria em 60 deles, enquanto a branca é predominante em 16. Em três municípios, predomina a população indígena, sendo eles Japorã (57,43%), Paranhos (42,71%) e Tacuru (38,91%).

O grupo de população preta e amarela não apresentou predominância nos municípios do Estado. No cenário nacional, Mato Grosso do Sul encontra-se em 5º lugar em relação às pessoas autodeclaradas brancas, em 24º em relação às pessoas autodeclaradas pretas, em 3º e em relação às pessoas autodeclaradas amarelas, em 21º em relação às pessoas autodeclaradas pardas, e em 4º lugar em relação às pessoas autodeclaradas indígenas.

Em todo o Brasil, em 2022, cerca de 92,1 milhões de pessoas se declararam pardas, o equivalente a 45,3% da população do país. A população branca chegou a 88,2 milhões (ou 43,5% da população do país). Outras 20,6 milhões se declaram pretas (10,2%), enquanto 1,7 milhões se declararam indígenas (0,8%) e 850,1 mil se declaram amarelas (0,4%).