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Brasil pode ser dividido em quatro regiões para sediar Copa de 2014, diz CBF

O plano em estudo pelo comitê organizador é concentrar jogos de seleções de determinados grupos em cada uma das quatro regiões delimitadas.

BBC Brasil

08 de Julho de 2010 - 09:15

O comitê de organização da Copa do Mundo de 2014 está estudando a possibilidade de dividir o Brasil em quatro regiões diferentes para facilitar o transporte de torcedores entre as cidades.

A informação foi confirmada nesta quinta-feira em Johanesburgo pelo presidente do comitê e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que está em Johanesburgo para lançar nesta quinta-feira a logomarca oficial da Copa de 2014. Ele falou a jornalistas ao lado de dois convidados para o evento, o ex-técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira e o ex-jogador Romário.

O plano em estudo pelo comitê organizador é concentrar jogos de seleções de determinados grupos em cada uma das quatro regiões delimitadas.

"Existe uma ideia de dividir o Brasil em quatro para você poder evitar que hajam grandes deslocamentos de torcedores de um lado para o outro, pelas distâncias que nós temos, mas ainda não sabemos exatamente como", disse Ricardo Teixeira.

''Aeroportos, aeroportos, aeroportos''

O comitê organizador da Copa de 2014 ainda não confirmou como seria feita a divisão das quatro regiões.

O Mundial de 2014 terá 12 cidades-sede espalhadas em todas as cinco regiões do Brasil: quatro no Nordeste (Fortaleza, Natal, Recife e Salvador), três no Sudeste (Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeirro), duas no Sul (Porto Alegre e Curitiba), duas no Centro-Oeste (Brasília e Cuiabá) e uma no Norte (Manaus).

O problema de transporte entre as cidades-sede é, segundo Ricardo Teixeira, o maior desafio do Brasil na preparação para o torneio.

"Nós temos noção absoluta que os três maiores problemas que nós temos no Brasil para a realização da Copa são: aeroportos, em primeiro, aeroportos, em segundo, e aeroporto, em terceiro", disse Teixeira.

O dirigente disse que o Brasil deve concentrar-se no Rio de Janeiro antes da Copa, onde a CBF pretende construir uma nova sede, um novo espaço para concentração da seleção e um museu do futebol.

"O Brasil pode se concentrar onde bem entender. Nós deveremos nos concentrar no Rio de Janeiro", disse Teixeira.

Segundo ele, o centro de transmissão de rádios e televisões - o International Broadcasting Centre (IBC, na sigla em inglês) - será baseado em São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília.

Problema de São Paulo

O presidente da CBF e do comitê organizador da Copa disse que a situação de São Paulo - atualmente sem um estádio para sediar jogos - será definida em uma reunião no dia 19 de julho entre autoridades da entidade, da Prefeitura e do governo do Estado. Na ocasião será discutido qual papel São Paulo terá no Mundial, inclusive a possibilidade de realização de um jogo de abertura.

Prefeitura e município, junto com o São Paulo Futebol Clube, propuseram a utilização do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, como sede dos jogos na cidade, mas o projeto foi rejeitado pelo comitê organizador por "falta de garantias financeiras". Desde a rejeição, no mês passado, ainda não houve uma solução para o problema.

Em visita a Johanesburgo nesta semana, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse que a cidade pretende insistir no Morumbi, em vez de reformar algum outro estádio ou construir um novo. Kassab e Teixeira encontraram-se na quarta-feira na África do Sul, mas trataram apenas superficialmente do assunto.

Nesta quinta-feira, Teixeira fez um alerta sobre a situação de São Paulo.

"O prazo obviamente está se afunilando cada vez mais. O Parreira acaba de dizer que eles os sul-africanos construíram o estádio de Cidade do Cabo em dois anos e meio. O outro estádio grande aqui foi em três anos. Nós estamos perigosamente perto da data limite, razão pela qual esse problema de São Paulo precisa ser logo definido, o mais urgente possível", disse o dirigente.

Teixeira disse que os demais estádios ainda estão passando por análise de garantias financeiras. Segundo ele, o processo mais avançado, no momento, é o de Minas Gerais, e os mais atrasados são os de São Paulo e Curitiba.