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Sidrolandia

Crise na vice provoca momento mais delicado da campanha de Serra

Tucano tenta manter aliança com DEM, sofre desgaste com escolha de vice, deve perder PSC e vê Dilma subir nas pesquisas, e possibilidade de perder em 1º turno, esta a DOIS pontos percetuais dos votos válidos.

Adriano Ceolin/iG Brasília/RegiaoNews/Claudio P de Souza

30 de Junho de 2010 - 11:02

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, enfrenta nesta quarta-feira o momento mais delicado de sua campanha até agora. Principal aliado, o DEM escolhe em convenção se permanece ao seu lado. Tudo dependerá da mudança do vice na chapa tucana. O DEM vetou Alvaro Dias (PSDB-PR) e tenta emplacar um novo nome para substituí-lo.

Outro aliado, o PSC deve abandonar Serra e fechar com Dilma Rousseff (PT). Em maio passado, o partido havia firmado acordo com o tucano. O crescimento da petista nas últimas pesquisas eleitorais fez a cúpula do PSC rever sua posição. A sigla daria cerca de 22 segundos ao tucano no horário eleitoral gratuito. E é por causa do tempo de TV que Serra não quer perder o apoio do DEM.

As negociações com o partido adentraram a madrugada. Após a reunião da cúpula do DEM em Brasília, o presidente do sigla, Rodrigo Maia, viajou para São Paulo a fim de ter uma conversa decisiva com Serra. Com o argumento de que o irmão de Alvaro, Osmar Dias (PDT), disputará o governo do Paraná coligado com o PT, o DEM considerou inviável a manutenção do senador tucano como vice na chapa de Serra.

Desde que o nome de Alvaro foi anunciado na sexta-feira, o DEM trabalha contra ele. Em principio, acreditou-se que o partido cederia, mas a crise ganhou força no fim de semana. Após duas reuniões com os tucanos, o impasse não foi desfeito. Nem a ala mais moderada do DEM conseguiu viabilizar uma saída honrosa. Venceu a tese de Rodrigo Maia de que era necessário tirar Alvaro do posto de vice.

O episódio só serviu para fragilizar ainda mais a candidatura de Serra. Além de apoios regionais e estrutura partidária, o DEM soma minutos importantes no programa de TV no horário eleitoral gratuito. O partido garante a Serra 7min23 contra 10 minutos da petista Dilma Rousseff. Se o DEM não ficar na coligação, o tucano perde um terço do seu tempo e cerca de 60% seriam herdados pela adversária.

O presidente do DEM garantiu, no entanto, que o partido trabalhará por um acordo com o PSDB. “Nós queremos construir uma aliança sólida”, disse. “De sexta-feira para cá, houve muita coisa errada”, completou. Rodrigo reclamou, principalmente, do anúncio de Alvaro Dias como vice feito pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, por meio uma mensagem publicada no Twitter.