Sidrolandia
Golpe da família Siqueira em clientes soma R$ 345 mil
A Polícia Civil concluiu hoje o Inquérito Policial sobre o esquema da família Siqueira
Midiamax
07 de Maio de 2010 - 08:10
A Polícia Civil concluiu hoje o Inquérito Policial sobre o esquema da família Siqueira, proprietária da Siqueira Automóveis, que lesou 25 pessoas e causou um prejuízo de R$ 345 mil. Segundo o delegado Adriano Garcia, da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra as Relações de Consumo), os membros da família, que foram presos na semana passada, foram indiciados por formação de quadrilha e estelionato continuado.
A prisão da família Siqueira aconteceu na semana passada e foi fruto de uma investigação que começou desde 2008, quando vários clientes denunciaram que deixaram seus carros para a venda, porém não obtiveram o dinheiro. De acordo com as investigações, toda a família participava da comercialização dos automóveis na garagem que ficava na avenida Bandeirantes.
Na terça-feira da semana passada foram presas: a irmã do proprietário Aparecida Siqueira da Silva, de 51 anos, a mulher dele Ione Ribeiro da Silva, de 47 anos, e as suas filhas Flávia Siqueira e Fábia Siqueira, que foi presa no interior de São Paulo. Já na sexta-feira, o dono da empresa se apresentou à polícia.
De acordo com o delegado Adriano Garcia, o esquema da família seguia uma hierarquia: ele era chefiado por Gernival Siqueira, seguido pelas filhas Fábia e Flávia, e, posteriormente pela irmã Aparecida e esposa Ione Siqueira.
Em muitos casos, a garagem comprava o carro com cheques sem fundo. Em outros, repassava um carro financiado como se estivesse quitado. Por exemplo, o cliente deixava um carro na garagem com um pagamento de entrada em outro veículo. Porém esse outro veículo não era quitado e possuía um financiamento em andamento. Por ter esse financiamento, o cliente perdia o automóvel por conta de um pedido judicial. Com isso o cliente, perdia o carro que entregou, o que recebeu da garagem e o dinheiro da troca da transação.
De acordo com o delegado da Decon, 25 pessoas foram lesadas pelo esquema da família, um prejuízo que foi calculado em R$ 345 mil. O delegado acredita que ainda há a possibilidade de que mais pessoas apareçam informando que também foram lesadas pela família Siqueira.
Sobre a recuperação do dinheiro perdido, o delegado afirma que as pessoas terão que entrar com uma ação na Justiça.
Liberdade
Dois membros da família Siqueira estão em liberdade, a filha do proprietário Fábia Siqueira foi solta na semana passada, quando a sua prisão temporária expirou, já Aparecida Siqueira ganhou a liberdade ontem, após a 2ª Vara Criminal de Campo Grande acatar o pedido de revogação da prisão preventiva dela.
Segundo o advogado Alberto Gaspar, responsável pela defesa de Flávia, Ione e Genival, os três devem ser soltos até segunda-feira. O advogado já entrou com o pedido de revogação para os três, porém a Justiça não atendeu ao pedido porque entendeu que a comprovação de residência fixa apresentada não foi convincente.
Sobre essa decisão, o advogado disse que Flávia, Genival e Ione moram juntos com um companheiro da filha e que apresentou correspondências no nome desse rapaz. Diante disso, a Justiça pediu um comprovante de residência mais convincente que evidenciasse que os membros da família realmente têm residência fixa naquela casa.
O advogado já se mobilizou e juntou documentos do contrato de aluguel em que aparece o nome de Flávia, além disso, recolheu declarações de pessoas que comprovam que a família mora mesmo na casa do companheiro da mulher e que todos trabalham em um Buffet, cuja responsabilidade é também de Flávia.
De acordo com o advogado, esse foi o único empecilho colocado para a soltura de Ione e Flávia, que foi pedido na sexta-feira, já a revogação da prisão de Genival Siqueira foi feito no início dessa semana. Com os novos documentos, a previsão do advogado é que Flávia, Ione e Genival sejam soltos na sexta-feira ou, no mais tardar, na segunda-feira.