Sidrolandia
Os múltiplos tratamentos da TPM
Vida sexual ativa e pílulas com baixa dosagem de hormônio são alternativas
Redação de noticia
17 de Junho de 2010 - 14:14
Não é frescura, tampouco drama feminino. A TPM Tensão Pré-Menstrual acomete de forma intensa, 35% das brasileiras, sendo mais comum depois dos 30 anos ou após o nascimento dos filhos. Os sintomas são variados e as causas, múltiplas.
Ao longo dos anos, os tratamentos ganharam opções e versatilidade. As possibilidades são usadas, segundo os médicos, conforme as necessidades de cada paciente e os sintomas, que podem ser físicos e emocionais.
José Domingos Borges, ginecologista do Hospital Nove de Julho de São Paulo, explica que não há padrões rígidos no tratamento da TPM. O diagnóstico é tão variado quanto as recomendações médicas. Vida sexual ativa, alimentação regular e atividade física elevam os níveis de endorfina no organismo elas são antídotos naturais contra a TPM. Para aliviar problemas físicos como cólicas, inchaços e dores de cabeça pré-menstruais, é possível combinar ansiolíticos, analgésicos e diuréticos. As opções são múltiplas e correlacionadas ao perfil de cada mulher.
Para Duarte Miguel, ginecologista do Hospital paulista São Luiz, o anticoncepcional diminui o fluxo de sangue e corta os principais transtornos da TPM. Segundo o especialista, suspender a menstruação é benéfico para a saúde ginecológica da mulher.
A TPM é gerada apenas no período que antecede a menstruação. Suspendê-la não só ajuda a equilibrar a mulher hormonalmente mas previne doenças como a endometriose, e o câncer de ovário. A mulher foi feita para parir, e não para menstruar.
Já a ginecologista e coordenadora do Centro de Apoio à Mulher com Tensão Pré-Menstrual do Hospital das Clínicas de São Paulo, Mara Diegoli, defende o uso de anticoncepcionais como última opção do tratamento. Na visão da especialista, a pílula ajuda a amenizar apenas os sintomas físicos da síndrome.
A pílula não age nos sintomas psíquicos, e nem sempre corrige os problemas físicos. Os efeitos colaterais dos hormônios são pesados, não podem nunca ser a primeira opção de tratamento. Em mulheres entre 20 e 35 anos o hormônio é benéfico, depois dessa idade não tem sentido, é prejudicial, endossa.
Independe da bandeira levantada pelo médico, seja ela a favor ou contra, a pílula existe no mercado há 50 anos e revolucionou a vida sexual da mulher. Os efeitos colaterais desse medicamento, hoje, são expressivamente mais brandos.
José Domingos explica que as pílulas mais modernas contêm uma nova geração de progesterona, a drospirenona, que aumentam a eliminação de urina (diurese), evitando o inchado e a retenção de líquido. Segundo o médico, a evolução na composição do medicamento está sempre a favor do corpo femino. Na Alemanha, já é feito o uso de uma pílula com estrogênio natural, e não sintetizado. Os efeitos colaterais, nesse caso, são ainda menores, explica.
DIU com hormônios, injeção trimestral, implante com hormônio ou pílula listam os contraceptivos que suspendem a menstruação e afastam os sintomas da TPM. Embora eficazes, os efeitos colaterais devem ser considerados. Aumento de peso e diminuição de libido estão entre os riscos desses métodos.
Transtornos emocionais
A irritabilidade leve na TPM também pode ser tratada com o uso de fitoterápicos. Em casos de descontrole emocional agudo, é recomendado o uso de antidepressivo. Mara Diegolli alerta que não existe um remédio para tratar todos os sintomas.
A grande novidade, que mudou o tratamento, na visão dos especialistas, foram os inibidores seletivos da recaptação de serotornina, uma classe de antidepressivos ampliou as opções para bloquear os traumas da TPM.
A fluoxetina até hoje obteve os melhores resultados. Ela reduz 65% da intensidade dos sintomas, mas não cura o inchaço, a cólica e a dor de cabeça. Os índices de melhora são altos. Segundo a médica, 90% das pessoas melhoram com o medicamento.