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Sidrolandia

Padre admite abusos à CPI da Pedofilia e pede proteção

Ele denunciou outros dois religiosos em troca de delação premiada. Religiosos participaram de acareação com padre e negaram acusações.

Redação de Noticia

19 de Abril de 2010 - 08:40

Um padre admitiu que abusou sexualmente de ex-coroinhas menores de idade, em depoimento à Comissão Parlamentar do Inquérito (CPI) que apura casos de pedofilia o Brasil. A confissão foi feita em depoimento do religioso ao presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), durante audiência da Comissão no Fórum da Justiça Estadual, em Arapiraca, a 146 quilômetros de Maceió.

O padre disse ainda que os outros dois religiosos, que são monsenhores, também abusavam de ex-coroinhas desde que eles tinham 14 anos de idade. Além disso, ele afirmou que o dinheiro do dízimo (das oferendas) era usado para pagar os menores que foram aliciados por ele e os outros dois religiosos.

Acareados com o padre, os monsenhores negaram as acusações e chamaram o acusador de "mentiroso". "Isso é um absurdo. Uma mentira deslavada" afirmou um dos religiosos. No entanto, durante a acareação com os religiosos, os ex-coroinhas confirmaram as acusações e deram detalhes dos relacionamentos.

No início, o padre também havia negado as acusações, mas decidiu assumir o crime e denunciar os demais religiosos em troca da delação premiada. Depois disso, ele se disse ameaçado de morte e pediu proteção à CPI.

O senador Magno Malta disse que o pedido dele estava aceito e que ia pedir à Polícia Federal proteção para o religioso, que pode também entrar para o serviço de proteção às testemunhas.

Diante de um vídeo exibido para o público durante a audiência, um monsenhor reconheceu que estava praticando ato sexual com um ex-coroinha, de 18 anos, mas afirmou que tinha sido apenas aquela vez. Ele foi desmentido por três ex-coroinhas. O religioso também negou que usava dinheiro da oferta dada pelos fiéis para pagar os adolescentes.

Os ex-coroinhas contaram que um dos monsenhores servia bebidas alcoólicas para eles e que inventava 'retiros espirituais' em uma casa.

O senador Magno Malta disse que as acusações são tão graves que vai pedir a prorrogação da CPI para continuar os trabalhos de investigação. "O prazo terminaria no início de maio, mas pelo visto nós devemos trabalhar até o final do ano", afirmou.