Agronegócio
Assentados esperam faturar R$ 1,3 milhão em 2025 com vendas para merenda
Como o edital de chamamento só foi publicado pela Prefeitura em agosto, as vendas deste ano não devem gerar nem R$ 400 mil de receita bruta.
Redação/Região News
24 de Novembro de 2024 - 16:49
Com a assinatura dos contratos no início do mês, 35 assentados individuais e pelo menos 100 agregados a grupos de produção, associações e uma cooperativa esperam faturar pelo menos R$ 1,3 milhão ao longo de 2025 com as vendas para a merenda das escolas municipais de Sidrolândia.
No entanto, como o edital de chamamento só foi publicado pela Prefeitura em agosto, as vendas deste ano não devem gerar nem R$ 400 mil de receita bruta. Este valor ficou bem abaixo dos 30% garantidos de compras da agricultura familiar para a merenda escolar.
Dona Janise Soares da Silva, do Assentamento Santa Terezinha, teve um prejuízo de R$ 10 mil, dinheiro gasto na compra de sementes, adubos, preparação dos canteiros e plantio de um hectare de hortaliças que pretendia fornecer às escolas.
Como este ano não entregou para a merenda, só conseguiu vender parte da produção na feira, mas não o suficiente para alcançar o faturamento garantido com o contrato da Prefeitura.
Em 2023, ela conseguiu vender R$ 6.410,01 para a merenda. Agora, começou a preparar os canteiros necessários para a produção que entregará a partir de fevereiro, quando começa o ano letivo de 2025. Ela assinou contrato no valor de R$ 39.992,60, referente à entrega semanal de 1.785 pés de acelga, 4 mil de alface crespa e uma tonelada de repolho.
Os 20 assentados que integram a Associação dos Produtores de Lácteos do Assentamento Eldorado (Apralac) deixaram de faturar mais de R$ 200 mil neste ano com a venda de bebida láctea para a merenda.
No ano passado, a associação faturou R$ 201.533,64. A entidade fechou contrato para vender 11 mil litros de bebida láctea por mês, ao custo de R$ 9,06 por unidade, gerando um faturamento bruto de R$ 99.660,00.
O preço para 2025 é quase 73% maior que o de 2023 (R$ 5,25). Mesmo com os produtores pagando R$ 2,20 por litro ao laticínio para transformar o leite in natura em bebida láctea, o lucro por litro chega a R$ 3,05, uma remuneração superior ao valor pago atualmente pela indústria aos produtores (R$ 2,20).
A seca castigou bastante as pastagens, comprometendo a alimentação do gado. Na propriedade de Pedro Gidaldi, um dos líderes da Apralac, mesmo com a silagem oriunda de 16 hectares de milho e capiaçu, o suprimento acabou.
A alimentação do rebanho, incluindo as 26 vacas em lactação, está sendo garantida apenas pelo pasto. Para não sacrificar os animais, reduziu-se o número de ordenhas de duas para uma por dia, o que diminuiu a produção de 500 para 300 litros.
Quem também está animada com as vendas para a merenda é a família da terena Eva Custódio, da Aldeia 10 de Maio. Ela espera que, em quatro meses, comece a colher as hortaliças para entregar às escolas da comunidade indígena. Eva assinou contrato para vender R$ 18.277,00 em alface, couve-flor, acelga, abóbora, quiabo, maxixe, salsinha e cebolinha.
A Cooperativa Mista Familiar da Agricultura e Pecuária (Coopfap) espera renegociar com o prefeito eleito, Rodrigo Basso, a revisão do preço que a Prefeitura pagará pela polpa de fruta. O valor ajustado no contrato, R$ 22,73, está 30% abaixo do preço pago pelas escolas estaduais.
O faturamento da cooperativa com a merenda foi de R$ 130.590,98, menor que os R$ 239.215,74 do ano passado. Para o ano que vem, a receita pode chegar a R$ 409 mil com a venda de 409 toneladas de polpa.