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Sidrolandia

Polícia do Rio conclui inquérito sobre sequestro de Eliza Samudio

O goleiro Bruno foi indiciado por sequestro e a pena varia de um a três anos. Ele e o amigo Macarrão serão transferidos para presídio em Bangu.

G1

08 de Julho de 2010 - 13:35

O inquérito que apura o sequestro da ex-amante do goleiro Bruno, Eliza Samudio, foi concluído no Rio, segundo o delegado Felipe Ettore da Divisão de Homicídios do Rio. Os três suspeitos são Bruno, o amigo dele Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e um menor que foi detido na casa do goleiro na terça-feira (6). Bruno e Macarrão se reservaram o direito de permanecer calados, informou o delegado. O menor prestou depoimento na mesma noite em que foi detido. Ettore disse que as investigações no Rio foram encerradas, e que o processo será enviado à Primeira Central de Inquéritos ainda nesta quinta-feira (8), e posteriormente à Vara Criminal competente.

Bruno e Macarrão estão à disposição da Justiça. Eles foram indiciados por sequestro e a pena varia de um a três anos de prisão. O menor, que foi levado a Minas Gerais para ajudar nas investigações, voltou ao Rio na quarta-feira (7). Ele passou a noite na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e, por volta das 8h desta quinta-feira (8), foi transferido para o Centro de Triagem e Recuperação, na Ilha do Governador, no Rio.

Por volta de 12h30, carros da Polinter chegram à Delegacia de Homicídios para levar Bruno e Macarrão ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde vão aguardar a decisão judicial sobre a transferência deles para Minas Gerais.

Eles farão ainda exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal.

O diretor da Polinter, Orlando Zacone, informou que os dois vão para Bangu por causa da falta de condições das carceragens da Polinter para atender a demanda, e também por questões de segurança por causa da grande quantidade de repórteres que acompanham o caso.

Bruno falou sobre futebol com policiais

O goleiro Bruno, que passou a noite de quarta-feira (7) na Delegacia de Homicídios na Zona Oeste do Rio, estava tranquilo e conversou com policiais sobre futebol. As informações são de um dos delegados. Ele informou ainda que enquanto eram feitos os procedimentos de praxe, Bruno falou sobre futebol e contou histórias de viagens junto com o time. O goleiro também reclamou de dores nas costas por causa da confusão na saída dele da Polinter, no Andaraí, na Zona Norte do Rio, para a Delegacia de Homicídios. Já Macarrão ficou calado.

O delegado disse também que Bruno passou a noite em uma cela grande, de aproximadamente cinco metros quadrados, mas a dormida dele e de Macarrão foi improvisada porque não havia nada no local. Na delegacia, ainda existem três celas já que no local funcionava a antiga 16ª DP (Barra da Tijuca). Durante a noite de quarta foram levados colchonetes e cobertores para o local. Bruno e seu amigo Macarrão não comeram nada após chegar à delegacia na quarta-feira. O delegado não soube informar se eles tomaram café. Não há direito de visitas, apenas dos advogados.

Bruno chega à Polinter
Bruno chega à Polinter

Os dois ficaram em celas vizinhas onde haveria a possibilidade deles conversarem, mas o delegado não confirmou se isso aconteceu. Segundo o delegado, os dois fizeram exame de corpo de delito ao chegar na Polinter, na quarta-feira.

Preocupação com o futuro profissional

O goleiro Bruno demonstrou preocupação com o futuro profissional após se entregar à polícia do Rio. Ainda na Polinter, no Andaraí, Zona Norte, Bruno fala para Macarrão.

“Agora eu acho que as coisas ficaram muito mais difíceis. No Brasil, para mim (...) se eu tinha esperança de disputar a Copa de 2014, acabou. Isso sou eu falando”, disse o atleta.

Bruno nega as acusações

Michel Assef Filho disse que o atleta negou, na noite desta quarta-feira (7), acusações contra ele feitas por um menor de idade. Ele disse que o goleiro está "estarrecido" e afirmou desconhecer os fatos contados em depoimento pelo menor ouvido na terça.

As declarações do advogado foram dadas em frente à DH pouco antes das 22h de quarta. "Ele respondeu a todas as perguntas, mas se limitou a dizer que desconhece os fatos e não tem nada a dizer sobre o inquérito que está instaurado aqui. Sobre o de Belo Horizonte, vou tomar conhecimento dos autos amanhã", disse Assef. Ele disse ainda que o goleiro deverá ser levado para Minas Gerais. Segundo o advogado, o menor morava na casa de Bruno na Barra da Tijuca.

Pedido de transferência para Minas Gerais

A Polícia Civil mineira aguarda autorização da Justiça do Rio para transferir o mais rápido possível o goleiro Bruno e seu amigo Macarrão, para Minas Gerais, onde se investiga o desaparecimento de Eliza, informou no início da madrugada desta quinta-feira (8) Alessandra Wilke, delegada-adjunta da Delegacia de Homicídios de Contagem.

A transferência só será decidida a partir de 11h desta quinta-feira (8). Segundo informou a assessoria do presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter, o juiz de plantão que recebeu o pedido alegou incompetência para julgar e encaminhou o pedido para a vara comum, que só abre às 11h.

A delegada disse ainda que há um mandado de prisão temporária contra Bruno expedido em Minas Gerais, e que as transferências dos dois suspeitos podem ocorrer a qualquer momento.

“Temos um mandado de prisão temporária expedida pela vara do Tribunal de Justiça de Contagem com prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias”, afirmou.

Denúncia

O Ministério Público do Rio de Janeiro ( MP-RJ) denunciou na quarta Bruno e Macarrão por sequestro e lesão corporal, no ano passado, de Eliza Samudio. Na denúncia, o promotor Alexandre Murilo Graça, da 17ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, alegou que, em outubro de 2009, os dois sequestraram Eliza Samudio, que estava grávida, e tentaram forçá-la a abortar.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), se condenados, Bruno e Macarrão podem pegar de dois e a oito anos de prisão, pelo crime de sequestro e cárcere privado, agravado pelos maus-tratos contra a vítima, e de três meses a um ano, por lesão corporal.