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Sidrolandia

Polícia Federal de Dourados confirma que há outras gravações

Galloni explicou ainda que a presença do secretário de Governo Eleandro Passaia no processo é de suma importância

O Progresso

17 de Setembro de 2010 - 10:34

O delegado chefe da Delegacia de Polícia Federal de Dourados, Bráulio Cézar Galloni, que comandou a Operação Uragano, deflagrada no dia primeiro desse mês e que prendeu 29 pessoas e indiciou 60, confirmou a existência de outras gravações. “Foram várias entre áudios e vídeos, teve sim, mas não sei dizer as datas ao certo, teria que olhar os arquivos”, ressaltou.

A pergunta foi feita baseada no relatório do Inquérito Policial de n.º 96/2010, relativo a Operação Uragano, onde constam áudios e vídeos gravados do final do mês de maio até o dia 7 de julho, ou seja, pouco mais de um mês. Como a operação aconteceu no dia 1 de setembro, o período que envolve o restante do mês julho e todo o mês de agosto, não foi citado, no documento.

O delegado concedeu entrevista ao O PROGRESSO na tarde de ontem, onde respondeu alguns questionamentos relativos a operação e também sobre o futuro das pessoas que tiveram envolvimento no esquema de corrupção que fraudava licitações da prefeitura para subtrair valores dos cofres públicos, para serem usados em interesses pessoais e pagamento de propina a vereadores.

Galloni disse que a Polícia Federal ofereceu delação premiada aos 29 presos na operação, mas afirmou que nenhum deles teria aceitado. “Na esfera policial nenhum aceitou, mas pode ter ocorrido diretamente com o Ministério Público. Eles podem aceitar esse benefício quando forem ouvidos em juízo, é um direito deles”, explicou o delegado.

O chefe da operação disse que o MPE pode oferecer a delação premiada, mas deverá analisar o conteúdo do que eles tem a revelar. “Para ser beneficiado, é preciso revelar algum fato novo que a investigação não tenha apresentado. Se em juízo ele apresentar algo que já esteja nos altos, não receberá o benefício”, salientou. Galloni descartou ainda que outras pessoas sejam indiciadas no processo da Operação Uragano, além dos 60 nomes divulgados, porque o inquérito já foi concluído. Ele garantiu que todos os indiciados foram denunciados pelo Ministério Público e responderão ação penal. Para ele, a denúncia do MPE ratificou todo o trabalho policial.

O delegado disse que outras pessoas só serão indiciadas se instalado novo inquérito. “Pode ocorre inclusive o indiciamento das mesmas pessoas envolvidas nessa operação, se comprovado algum envolvimento”, relatou.

A reportagem perguntou ainda se existe a possibilidade de ocorrer uma segunda Operação Uragano. O delegado sorriu respondendo que a polícia trabalha investigando fatos. “Se daqui para frente surgirem novos fatos que levem a Polícia Federal investigar quem quer que seja, vamos investigar. Agora se vai ter ou não, não posso te dizer”, concluiu.

Galloni explicou ainda que a presença do secretário de Governo Eleandro Passaia no processo é de suma importância. “Além das provas colhidas, o depoimento do Passai é muito importante, porque em juízo ele terá que confirmar as gravações e tudo o que ele disse para a polícia. Essas provas terão que ser ratificadas por ele”, enfatizou.

Com relação a Brother e a Owari, operações que foram realizadas antes da Uragano, Galloni afirmou que são casos distintos e que não tem nenhuma ligação. “O único vinculo é da identidade de algumas pessoas que foram investigadas nas anteriores e que estão presentes também. São fatos diferentes e grupos diferentes”, disse o delegado.