Sidrolandia
Repórter do JP sofre agressão covarde em festa no Itamarati
Luizinho Pinguinha e seu irmão Beto Bravo, acusado da agressão
Aral Moreira
01 de Outubro de 2010 - 18:23
Na última sexta-feira (24), por volta das 21h30m, o repórter Diogo Neto, do Jornal da Praça, de Ponta Porã, foi agredido covardemente enquanto se preparava para cobrir uma festa de rodeio organizada pela equipe do Ney Brasil no Assentamento Itamarati. O repórter teve sua câmera retirada e jogada ao chão, e depois sem nenhum motivo aparente, já que o repórter acabara de chegar à festa, passou a ser agredido pelo elemento conhecido como Roberto de Oliveira, vulgo Betão Bravo, morador do grupo Fetagri, no Assentamento Itamarati I.
Ao se defender, o repórter notou que se agressor portava um revólver. O curioso é que na portaria uma equipe revistava a todos que entravam no recinto e, sabe-se lá por que, deixaram o elemento entrar portando uma arma no evento.
Depois de ser agredido e tentar se defender, o repórter indagou qual seria o motivo de tamanha covardia, já que foi atacado sem chance de defesa. O irmão de Betão, identificado como Luiz Carlos de Oliveira, vulgo Luizinho Pinguinha, morador da Vila do Secador, também no assentamento, alegou que Diogo Neto havia fotografado coisas erradas e tirado fotos de sua família.
Ao procurar a Polícia Militar do Itamarati, Luiz afirmava a todo instante que não adiantava mexer com Betão, pois ele [Betão] tinha esquema e seria protegido da PM local. Os irmãos têm várias passagens pela polícia, e em todas as confusões que ambos se envolveram, em algumas vezes saíram presos do Assentamento e foram libertados no mesmo dia da ocorrência.
Betão já foi preso por tentativa de homicídio e também por agredir mulheres. Aparentemente se safou de todas as acusações. Diogo Neto, que também é editor do jornal Folha do Campo, que circula no Assentamento Itamarati, teve sua câmera danificada e registrou queixa na Polícia Civil de Ponta Porã.
Ele fez exame de corpo delito, que detectou, além das escoriações, uma lesão na coluna, devido à violência da queda sofrida, tamanha foi à força empregada pelos agressores durante a agressão. A confusão envolvendo Diogo Neto poderia não ter passado de apenas um desentendimento, não fosse a descoberta de que o caso pode ter sido premeditado.
Ainda na noite de sábado (25), segundo o repórter, Luizinho Pinguinha passou a dizer nas rodas de conversa que seu irmão Betão havia sido muito bem pago, por gente grande para praticar a agressão. Para Diogo Neto, os motivos para ser atacado covardemente são vários. Mas entre os fatos mais prováveis, estariam casos suspeitos de exploração sexual infantil, no envolvimento de um morador casado com uma menor, caso que seria do conhecimento do Ministério Público.
O morador suspeito de pedofilia teria estreita ligação com os dois irmãos, inclusive com o agressor Betão. O repórter cita também outras fotos de algumas atividades praticadas por Luizinho no Assentamento Itamarati. Não fui eu quem fez essas fotos, mas já estou conseguindo cópias com quem fez o registro e vou publicá-las tão logo cheguem em minhas mãos, afirmou.
Outro motivo da agressão seria político, pois Diogo Neto registro ou uso de máquinas da Agesul, enviadas pelo Governo do Estado para arrumar estradas do assentamento, fazendo serviço particular de terraplenagem na Vila do Secador para um grupo que pretenderia construir uma cooperativa. Segundo informações, alguns líderes ficaram temerosos de que o repórter pudesse usar as fotos em uma matéria de conotação política contra o trabalho que estava sendo executado.
Diogo Neto também é coordenador no Assentamento Itamarati da campanha do deputado federal Marçal Filho, que tinha uma reunião programada para a noite de sábado no assentamento. A teve que ser cancelada devida às ameaças, de partidários de outros candidatos, que teriam mandado recados de que não iram deixar a reunião acontecer.