Sidrolandia
Sangue em carro e no sítio complica a vida de goleiro
Investigadores acreditam que ex-namorada de Bruno foi arrastada, sangrando, pela casa
O Tempo Online
30 de Junho de 2010 - 10:13
A descoberta confirma a informação dada ontem por O TEMPO de que os investigadores teriam encontrado indícios de crime ao vasculharem a casa de campo do jogador, em um condomínio fechado de Esmeraldas, na região metropolitana da capital, anteontem. A revelação complica ainda mais a situação do jogador no caso. O carro de Bruno, uma Land Rover apreendida pela polícia no último dia 8, foi novamente vistoriado.
Ontem, pela primeira vez, a cúpula da Polícia Civil assumiu a hipótese levantada pela delegada Alessandra Wilke, no final de semana, de que Eliza possa ter sido morta. Os investigadores acreditam que a ex-namorada de Bruno foi arrastada, sangrando, pela casa. A reportagem de O TEMPO teve acesso a informações que mostram que, além do chão da sala, havia sangue na cortina de um dos cômodos, na porta de correr que dá acesso à piscina e em um degrau que leva à área externa da casa. No carro, o sangue estaria no console, entre os bancos, porta-malas e lateral do veículo.
Nas oito horas em que ficaram na casa, anteontem, peritos simularam o que acreditam ter sido a tentativa de fuga da jovem. Por seguidas vezes, investigadores pularam janelas da casa como se refizessem a luta de Eliza para escapar das agressões que podem ter levado a sua morte.
O delegado Wagner Pinto, chefe da Divisão de Crimes contra a Vida, confirmou que o produto químico luminol, usado pela perícia do Instituto de Criminalística, evidenciou as manchas de sangue no chão da sala da casa do sítio e em partes do carro do goleiro. No entanto, segundo o delegado, apenas os exames poderão confirmar de quem é o material.
Um outro carro do goleiro, um New Beetle, que seria trazido do Rio de Janeiro para a capital mineira, também será periciado. No sítio, além de sangue, foram encontradas uma faca, fraldas, roupas femininas e uma passagem aérea.
A busca, que mobilizou cerca de 50 profissionais, entre policiais civis, militares, bombeiros e peritos, teve o objetivo de confirmar indícios da presença de Eliza no local. Duas cisternas localizadas no condomínio também foram inspecionadas, com o uso de lanternas e cordas.
A polícia analisa também imagens do circuito interno de segurança do condomínio para saber quem esteve no local nas últimas semanas. Ontem, peritos voltaram ao endereço para novas buscas.
Ligações de celular serão rastreadas
Ontem, segundo informações de agentes que participam das investigações, a Justiça já havia autorizado a Polícia Civil de Minas a fazer o rastreamento do celular da ex-namorada do goleiro Bruno, Eliza Samudio.
Ainda conforme os policiais, as últimas ligações feitas e recebidas pela jovem podem ajudar a esclarecer o sumiço dela. Eliza foi vista pela última vez no dia 4 deste mês, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ela disse à advogada Anne Faraco que viajaria para Minas. (CCo)
Exames
Perícia. Antes de voltar para Foz do Iguaçu (PR), onde mora, o pai de Eliza, Luiz Carlos Samudio, deixou amostras de material genético (saliva) que deverão ser usadas pela Polícia Civil para confrontar com os materiais encontrados no sítio de Bruno. A polícia quer saber se pode ser de Eliza o sangue encontrado na casa do goleiro e também no veículo do jogador, uma Land Rover, apreendida no início deste mês.
O delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil, disse ontem, pela primeira vez, que já trabalha com a possibilidade de Eliza Samudio estar morta. "Por mais que não possamos perder a esperança, a possibilidade de o corpo dela ser encontrado é muito grande".
Moreira confirmou que o goleiro Bruno é o único suspeito pelo crime, mas, por enquanto, não será chamado a prestar depoimento. "Ele (Bruno) é o principal e o único suspeito. Não vamos ouvi-lo até termos mais indícios e provas. Para que ouvi-lo agora? Tudo tem sua hora. Mas se ele vier e quiser falar, vamos ouvi-lo, claro", explicou. Para a polícia, a suspeita é de que o crime tenha sido uma consequência da batalha travada entre Eliza e o ex-namorado em torno do nascimento do filho do casal, fruto de uma relação extraconjugal. "Havia um processo de paternidade em andamento. Ele seria a garantia de, pelo menos, 18 anos de um bom salário, uma pensão", afirmou o delegado.
Eliza teria vindo para Minas, no início do mês, atraída pela proposta de um acordo com o goleiro. Ela teria, inclusive, sido convidada a morar no Estado. (MS)
Depoimento
Paradeiro. Mesmo sem ter sido convocado a depor pela polícia, o goleiro Bruno já estaria em Minas e poderia se apresentar de maneira espontânea para depor sobre o desaparecimento de sua ex-namorada.
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