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Sidrolandia

Saúde do Homem é tema de Seminário Internacional

Os homens brasileiros têm uma expectativa de vida 7,6 anos menor que a das mulheres

www.unfpa.org.br

16 de Setembro de 2010 - 07:01

Encontro reúne 10 países para troca de experiências; o Brasil é um dos poucos países que têm uma política nacional para o setor

Os homens brasileiros têm uma expectativa de vida 7,6 anos menor que a das mulheres, em média, uma diferença que se repete com variações em outros países.

Parte dos indicadores desfavoráveis de mortalidade masculina resultam do crescimento, nos últimos anos, de fatores ligados à saúde, como tumores e doenças do sistema circulatório.

Para compartilhar experiências de promoção da saúde masculina e identificar temas de interesse para a cooperação técnica internacional, foi aberto no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o Seminário Internacional Saúde do Homem nas Américas.

O encontro, que termina hoje, é promovido pelo Ministério da Saúde e Ministério das Relações Exteriores/ABC, com o apoio do Fundo de População das Nações Unidas, UNFPA, Organização Pan-Americana de Saúde e a Agência de Cooperação Alemã GTZ.

O Seminário conta com a participação de secretários estaduais e municipais de saúde do Brasil e representantes da Bolívia, Chile, Costa Rica, Equador, México, Uruguai, Peru, Paraguai e Canadá.

Presente na abertura do evento, o representante do UNFPA no Brasil, Harold Robinson, destacou em sua conferência a importância de se abordar o tema da saúde do homem sob a perspectiva da igualdade de gênero e direitos humanos, observando que “os homens se relacionam ao longo da história com uma imagem de autossuficiência que apenas reforça os estereótipos sexistas, que fazem com que os homens se descuidem de sua saúde e não deem atenção ao próprio corpo”.

Ele lembrou ainda que “a saúde do homem é um direito e sua melhoria não impacta apenas um grupo em particular, mas beneficia o conjunto da sociedade”.

Robinson defendeu maior acesso aos serviços de saúde e prevenção, afirmando que “homens saudáveis são mais produtivos, menos dependentes de suas famílias e dos sistemas de saúde”, um aspecto importante para países como o Brasil, que atravessa sua transição demográfica com o envelhecimento da população.

Ao traçar um panorama da saúde do homem nas Américas, Luís Codina, da OPAS, disse que a saúde do homem é um tema pouco abordado e que os programas oficiais nesse campo só começaram a ser discutidos a partir dos anos 80, com impactos negativos: estima-se que 40% das doenças que afetam os homens a partir dos 40 anos decorrem da falta de prevenção e maus hábitos adquiridos na adolescência, como fumar e beber.

Ele alertou para os efeitos da desigualdade social sobre a saúde, afirmando que a pobreza aumenta de 3 a 5 vezes os riscos de morte em comparação aos não-pobres, e defendeu um trabalho de construção da autoestima e da “consciência da vulnerabilidade” entre os homens para estimular os cuidados com a saúde.

Política Nacional

Ao apresentar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), o coordenador da Área Técnica de Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Baldur Schubert, lembrou que há anos o Brasil possui políticas específicas para mulheres e crianças, e pela primeira vez os homens foram contemplados.

Ele estima que, desde o lançamento da PNAISH em agosto de 2009, cerca de 15 milhões de homens entre 20 e 59 anos já foram beneficiados, de um total de 53 milhões de homens nessa faixa etária.

Segundo dados do Ministério da Saúde, as causas externas, como a violência e os acidentes automobilísticos são a principal causa de morte dos homens na faixa dos 15 aos 45 anos, mas a partir daí os problemas de saúde prevalecem como causa, principalmente a ocorrência de tumores (câncer) e problemas circulatórios.

A implementação da PNAISH, que já ocorreu em todos os estados e nos 80 principais municípios do país, adota um conjunto de estratégias que incluem desde a adequação do horário de funcionamento dos postos de saúde, para facilitar as consultas dos homens trabalhadores, à qualificação dos profissionais de saúde.

O Seminário prossegue hoje com a apresentação de experiências por parte de cada país participante e será encerrado amanhã, com uma discussão sobre oportunidades de cooperação Sul-Sul na área de saúde do homem.

Maiores informações: [email protected] Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.