Secretário-adjunto da Saúde ocupa interinamente cargo de Barradas

O secretário-adjunto da Saúde de São Paulo, Nilson Ferraz Paschoa, ocupa interinamente o cargo de Luiz Roberto Barradas Barata, que morreu no sábado (17) na capital paulista, vítima de um infarto. Ele já estava à frente da secretaria nos últimos dias, porque Barradas saiu em férias. Nilson Ferraz Paschoa é médico, já dirigiu vários hospitais e trabalha na Secretaria Estadual de Saúde há 30 anos.

Parentes, amigos e políticos se despediram nesta segunda-feira (19) do secretário. A cerimônia de cremação foi às 11h, na Vila Alpina. Barradas se sentiu mal no sábado e pediu para o filho levá-lo ao Hospital Dante Pazzanese. Os médicos tentaram por mais de uma hora reanimar o secretário, mas não foi possível. Na despedida, muitas flores. Mais de 150 coroas que a família recebeu dos amigos no velório foram trazidas para o crematório municipal.

A cerimônia dura meia hora. É um ritual simbólico para a família ver pela última vez o corpo do secretário antes da cremação. Luiz Roberto Barradas tinha 57 anos. Era casado e pai de dois filhos. No Ministério da Saúde, assessorou Adib Jatene e José Serra e foi um dos criadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Em São Paulo, foi secretário-adjunto nos governos Mario Covas e Geraldo Alckmin. Criou o programa Dose Certa, que distribui remédios de graça. Construiu o Instituto do Câncer e os Ambulatórios Médicos de Especialidades (Ames).

“Um homem dedicadíssimo à causa pública, raras pessoas eu conheci na minha vida que tivessem tal compromisso com as pessoas, com a vida das pessoas”, disse o governador de São Paulo, Alberto Goldman. O velório, realizado na Santa Casa, ficou lotado neste domingo (18). “A nossa relação era rotineira. Nos últimos anos, eu tinha nele também uma importante referência para as minhas políticas públicas voltadas para saúde”, afirmou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

O ex-governador e candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, cancelou os compromissos da agenda para se despedir do amigo. “[Barradas] não tinha nenhum problema cardíaco, só não fazia check-up há 5 anos. Os médicos ficaram uma hora fazendo massagens, tiraram o coágulo que estava interrompendo a circulação, mas aí o coração não voltou a funcionar. Em poucas horas, nós perdemos o Barradas”, disse Serra durante o velório. Em nota, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que recebeu a notícia com grande tristeza.