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Política

Assessor de Marçal é liberado após agressão e boletim de ocorrência é registrado como lesão corporal

Duda Lima, da equipe de Nunes, saiu ensanguentado depois de ter levado um soco de um integrante da campanha de Marçal durante o debate entre os candidatos à Prefeitura de SP. No registro, ele solicitou medida protetiva e pediu para que o caso seja investigado.

Mídia News MS

24 de Setembro de 2024 - 15:15

Assessor de Marçal é liberado após agressão e boletim de ocorrência é registrado como lesão corporal
Nahuel Medina (centro), sócio e assessor de campanha de Pablo Marçal (PRTB), acertou um soco no rosto de Duda Lima, da campanha de Ricardo Nunes (MDB). Foto: Reprodução/Redes Sociais

O agressor e sócio do candidato Pablo Marçal (PRTB) que acertou um soco em um integrante da campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na noite desta segunda-feira (23) foi liberado da delegacia durante a madrugada desta terça (24).

Nahuel Medina assinou um termo circunstanciado na delegacia, após o registro de um boletim de ocorrência por lesão corporal.

O registro foi feito no 16º Distrito Policial de Indianópolis, perto do Clube Sírio Libanês, onde o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo aconteceu. O evento foi promovido pelo grupo Flow Podcast.

Medina, que se apresenta nas redes sociais como videomaker e sócio do candidato do PRTB, foi detido após o debate, acusado de dar um soco no rosto de Duda Lima, marqueteiro de Nunes.

Lima chegou a ir para o hospital e tomou seis pontos no rosto. No registro da ocorrência, ele solicitou medida protetiva e pediu para que o caso seja investigado.

Após ser liberado, Medina afirmou que também registrou um boletim de ocorrência contra Lima. Ele alegou que também foi agredido.

“A gente estava no debate e ele começou a xingar todo mundo e tentar passar códigos para o Nunes. Eu fui tentar filmar pra mostrar como eles agem pelas costas, esses marketeiros, e criam narrativas. Ele foi com toda força em mim, jogou meu celular pra baixo, enfiou a mão na minha camisa e me arranhou até embaixo. Meu peito está todo vermelho”, explicou.

“Naquele momento eu só me defendi. Instintivamente foi aquilo que aconteceu e todo mundo viu. (...) Eu vim pra cá para gerar um boletim de ocorrência contra ele de agressão, porque ele me agrediu primeiro”, declarou.

O advogado Daniel Bialski, que representa o marqueteiro de Ricardo Nunes, rebateu a declaração de Medina e disse que falta "civilidade" ao grupo no entorno de Pablo Marçal .

“As testemunhas confirmaram que existe desse caso uma vítima e um agressor. E nesse caso o Eduardo [Duda] é a vítima. Ele foi agredido por essa pessoa e não tem qualquer justificativa para praticar um ato como esse. Foi uma selvageria. Falta civilidade, falta urbanidade. Para essas pessoas, só o rigor da lei pode fazer com que eles obedeçam ao mínimo de convivência social”, declarou Bialski.

“Foi um ato selvagem que poderia ter cegado do Duda. Porque os óculos dele quebrou. Ele teve um corte muito profundo na região do olho. Se os óculos tivessem entrado dentro do olho, ele teria ficado cego”, completou.

Repercussão

Após a briga, Marçal se manifestou por meio de nota.

“Em um lamentável episódio que ocorreu durante o debate no Flow, a importância da inteligência emocional ficou evidente. Duda Lima, marqueteiro de Nunes e conhecido por sua atuação na última campanha de Bolsonaro, perdeu o controle e, de forma inaceitável, agrediu o assessor Medina, arranhando seu peito e jogando seu celular no chão, conforme registrado em vídeo. Após essa agressão, Duda continuou a proferir zombarias e, diante desse cenário, Medina também reagiu de maneira reprovável, perpetuando um ciclo de agressão física que é inaceitável, principalmente em ambientes de debate.”

Nunes comentou sobre o caso antes de deixar o local do debate.

"Ele tomou um soco do nada, simplesmente do nada, simplesmente do nada. Ele estava parado, se você vê os vídeos, aí o cara foi e deu um soco nele de forma agressiva, covarde, absolutamente covarde."

Outros candidatos e autoridades também se manifestaram e lamentaram o ocorrido.

A confusão

A confusão entre dois membros das equipes dos candidatos a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB), no fim do debate, acabou na delegacia, na noite desta segunda-feira (24).

O evento era organizado pelo Grupo Flow em parceria com o Grupo Nexo, da Faculdade de Direito da USP.

Nas considerações finais dos candidatos, Duda Lima, da equipe de Nunes, e Nahuel Medina, de Marçal, estavam nos bastidores. Segundo a equipe de Marçal, Duda teria dado risada quando Marçal foi advertido pelo mediador. Um vídeo feito pelo próprio Medina mostrou ele e Duda, aparentemente se provocando. Na sequência, outro vídeo registrou Duda conversando com outras pessoas quando Medina o agrediu com um soco.

Nahuel Medina, que faz os vídeos de Marçal, foi encaminhado à delegacia e ficou detido para averiguação, informou a polícia. Duda Lima, marqueteiro de Nunes que foi agredido, foi encaminhado a um hospital por sentir tontura, acompanhado pelo candidato do MDB. O caso foi registrado no 16º DP.

“Lamentável, nunca vi nada nesse nível, nunca vi esse comportamento. Foi um soco com uma força absurda”, disse Nunes.

Tassio Renam, advogado de Marçal e coordenador jurídico da campanha, afirmou que Medina não foi detido, e que aguarda o retorno de Lima para prestar depoimento. Disse que o assessor de Marçal foi agredido primeiro, com um arranhão no peito, e revidou. "Foi um ato de legítima defesa", ressaltou o advogado, que informou que também será registrado um BO contra Lima e será feito exame de corpo de delito.

O início da confusão ocorreu após a expulsão de Marçal (PRTB) pela quebra de regras do debate, já durante as considerações finais. Não houve agressão entre os candidatos.

Estavam vetados insultos, ofensas, xingamentos e uso de apelidos pejorativos, e o participante que infringisse alguma das regras receberia advertências, sendo retirado se acumulasse três delas. Marçal foi advertido seguidamente após chamar Nunes por um apelido, o que resultou na expulsão.

"Tomei três advertências numa fala", reclamou o ex-coach. "Essa é a minha indignação como cidadão aqui agora e não faz o mínimo sentido, eu usei do meu tempo, fui advertido, segui nas regras, ele [Tramontina] poderia me advertir depois que eu terminar de falar, ele até verbalizou. Por que você está usando esse último momento? Porque o último momento é meu, veio do sorteio", afirmou Marçal.

"Eu reprovo completamente o que o marqueteiro [Duda Lima], que ganha milhões, fez contra a pessoa da minha equipe e está aprovado dentro do meu Instagram agora. Não era proibido a equipe gravar lá dentro, só que ele perdeu a inteligência emocional", completou Marçal.

O debate

Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) participaram do debate e responderam questões de especialistas com foco em saúde, educação, segurança pública, acessibilidade, transporte e população em situação de rua.

Em cerca de duas horas, foram três blocos de perguntas e respostas e um com as considerações finais. A mediação foi feita pelo jornalista Carlos Tramontina.

Pelas regras, apesar de estarem lado a lado, não houve um momento em que um candidato perguntasse diretamente a um adversário. Todas as perguntas foram feitas por especialistas e eleitores.

Três direitos de resposta foram pedidos, por Boulos, Datena e Marçal e apenas o do ex-coach foi concedido.

Provocação antes do debate

Antes que o evento começasse, enquanto Nunes saía do estúdio, Marçal provocou o adversário e o chamou de "Tchutchuca do PCC", "ladrão de merenda" e disse que "2025 você vai passar na cadeira".

O prefeito, por sua vez, chamou o ex-coach de "condenadinho" e falou que ele "está roubando até apelido".

O prefeito Ricardo Nunes, que disputa a eleição, era dúvida no debate. Ao chegar, contou que pensou em não comparecer porque tinha outras três agendas. "Conseguimos remarcar e estou aqui. É importante ter o debate para ter essa oportunidade de discutir a cidade", afirmou.