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Sidrolandia

Terenas de Sidrolândia lideram ocupação de prédio da Funai para cobrar demissão de coordenador

Os manifestantes reivindicam a nomeação de Henrique Dias, servidor de carreira e indígena, para a coordenação regional.

Flávio Paes/Região News

02 de Abril de 2018 - 14:58

Terenas de Sidrolândia lideram ocupação de prédio da Funai para cobrar demissão de coordenador

Desde as 6 horas da manhã desta segunda-feira (02) 40 índios da etnia terena, ocupam a sede da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em Campo Grande, para exigir a demissão do coordenador regional Paulo Rios, que está a seis meses exercendo a função e foi indicado pelo secretário de governo, Carlos Marun.

Os manifestantes reivindicam a nomeação de Henrique Dias, servidor de carreira e indígena, para a coordenação regional. “Rios seria uma pessoa difícil de dialogar".

O grupo é de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, sob a liderança de Otoniel Terena que garante ser pacifica a ocupação, com livre acesso aos funcionários que puderam trabalhar normalmente.

Esta versão é contestada pelo coordenador regional. Paulo Rios diz que o clima é tenso no local e ele denuncia ter sido agredido ao chegar para trabalhar nesta manhã. Ele foi à sede da PF (Polícia Federal) para registrar boletim de ocorrência.

Otoniel Gabriel, rebate as acusações. "Nosso protesto é pacífico, não impedimos ninguém de entrar". Ele afirma ainda que Paulo Rios não foi agredido. "Ele veio aqui, mas não quis falar com a gente, nós insistimos, mas ele ignorou e saiu correndo".

O líder Terena relata que o chefe da Funai se atirou no asfalto. "Isso mostra um total descontrole por parte do atual coordenador".

Rios disse que foi agredido com paus e jogado no chão. Um funcionário, que pediu para ter a identidade preservada, dá uma terceira versão. Ele afirma que viu o coordenador ser cercado por um grupo de indígenas e depois cair na calçada, ao tentar correr, mas não sabe dizer se o chefe foi derrubado.

O servidor afirma que ninguém está trabalhando por causa do clima de tensão. "Não tem condições". A Polícia Militar foi chamada e fechou a Rua 7 de Setembro, onde fica a Funai.

Escolha polêmica - Ex-assessor do ministro da Secretaria da Presidência, Carlos Marun (MDB), Paulo Rios Júnior assumiu o comando da Funai no dia 28 de setembro do ano passado.

Na época, a escolha já havia gerado protestos de servidores da Funai e lideranças indígenas. "Os servidores da Funai desde 31/12/16, mobilizados, tentavam barrar essa nomeação, e embora tenham enviado diversos documentos para Presidência da Funai, Ministério da Justiça e Presidência da República, contrários à indicação e pedindo a nomeação de servidor do quadro da fundação, em nenhum momento foram chamados para serem ouvidos", comentou um funcionário em uma página do Facebook que reúne servidores no dia da nomeação.

O comando da Funai em Mato Grosso do Sul estava vago desde 12 de dezembro de 2016, quando o coronel reformado do Exército Brasileiro, Renato Vida Sant'Anna, também sugestão de Marun, pediu exoneração do cargo.