Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 1 de Novembro de 2024

Sidrolandia

Usina completa uma semana de atividades paradas por descumprir acordo

Uma força-tarefa com dois procuradores e agentes da Polícia Federal esteve na empresa para que a decisão fosse cumprida

Flávio Paes/ Região News

04 de Junho de 2011 - 09:42

A Usina Santa Olinda de Quebra Coco está completando hoje uma semana sem funcionar por ter descumprido um acordo judicial com a Justiça Trabalhista pelo qual a empresa se compromete a pagar o salário dos trabalhadores até o quinto dia útil, recolher o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e abrir uma conta-salário para os trabalhadores indígenas. 

No total de 400 funcionários estão parados, mas com direito a remuneração e vão continuar assim pelo menos segunda-feira, 5º dia útil de junho, prazo legal para o pagamento dos salários de maio.  Só continuam trabalhando 100 funcionários da área industrial (em fase de manutenção) que receberão um abono de R$ 150,00.

Os 220 indígenas recrutados nas aldeias de Coronel Sapucaia e Dourados foram levados de volta para casa e só retornam à usina se a situação trabalhista deles tiver sido resolvida.  Uma força-tarefa com dois procuradores e agentes da Polícia Federal esteve na empresa para que a decisão fosse cumprida.

Segundo a procuradora  do Trabalho, Cândice Gabriele Arósio,  a paralisação das atividades da empresa, com a remoção dos trabalhadores era uma das medidas punitivas previstas num acordo judicial firmado pela Santa Olinda alvo de uma série de processos trabalhistas por pagamento de salário em atraso , não recolhimento de encargos sociais (FGTS, pagamento do INSS).

Um dos itens deste acordo previa que a empresa só poderia fazer novas contratações desde que apresentasse certidões negativas comprovando estar em dia com as obrigações trabalhistas. Como não apresentou as certidões, a Justiça determinou a execução do acordo judicial.

No caso dos indígenas a Santa Olinda se comprometeu a abrir conta-salário para cada trabalhador. Esta exigência faz sentido, conforme procuradora, porque era prática comum da usina contratar os índios para 70 dias depois devolvê-los as aldeias e ainda pagando os salários com atraso.

Tratamento parecido que a empresa dá ao restante dos funcionários (salários pagos com 15 a 20 dias de atraso), além de não recolher FGTS, contribuição para a Previdência Social. Na próxima semana os procuradores do Trabalho Cândice Gabriela Arosio e Paulo Douglas Almeida de Moraes, voltarão à usina para avaliar com os trabalhadores o que fazer, principalmente, se a empresa não apresentar a certidão negativa de débitos trabalhistas e não tiver pago os salários de maio.