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Julho de 2021 foi o mais quente da história, diz agência americana
G1
14 de Agosto de 2021 - 09:28
O mês de julho de 2021 foi o mais quente já registrado na história, informou nesta sexta-feira (13) a Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA). O recorde é para todo o mundo e leva em consideração todas as medições feitas pela entidade, que começou a registrar a temperatura global em 1880.
O gerente da NOAA, Rick Spinrad, disse em um comunicado que esse novo recorde avança em direção a um "caminho perturbador" por conta das mudanças climáticas. Com os dados do mês passado, a agência já acredita que 2021 estará na lista dos dez anos mais quentes desde o estabelecimento de registros meteorológicos.
Ondas de calor pelo mundo — Foto: Elcio Horiuchi/G1
O que diz a NOAA?
- Julho mais quente em 142 anos: a mês registrou 0,93ºC a mais que a média de todo o século XX. Além disso, a temperatura do mês ficou 0,01ºC superior ao recorde anterior – estabelecido em julho de 2016 (que se repetiu em 2019 e 2020).
- O hemisfério norte: nas áreas continentais do hemisfério norte, houve um aumento "sem precedentes" de 1,54ºC na temperatura em relação a média para o mesmo mês, ultrapassando o recorde anterior registrado em 2012.
- Recordes regionais: A Ásia teve seu julho mais quente desde 2010, a Europa ficou com o segundo mais quente – atrás apenas do verão de 2018 – e as Américas, África e Oceania também tiveram o mês entre os dez mais quentes da história.
A agência americana também citou os alertas do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) publicado nesta semana. Segundo o documento, as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são irrefutáveis, irreversíveis e levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta. Essa foi a primeira vez que o IPCC – um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) – quantificou a responsabilidade das ações humanas no aumento da temperatura na Terra.
Veja abaixo o que mais diz o relatório das Nações Unidas:
- Papel da influência humana no aquecimento do planeta é inequívoco e inquestionável
- Mudanças recentes no clima não têm precedentes ao longo de séculos e até milhares de anos
- Todas as regiões do globo já são afetadas por eventos extremos como ondas de calor, chuvas fortes, secas e ciclones tropicais provocadas pelo aquecimento global
- Cada uma das últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer outra década que a precedeu desde 1850
- Temperatura vai continuar a subir até meados deste século em todos os cenários projetados para as emissões de gases de efeito estufa;
- Aquecimento de 1,5°C a 2°C será ultrapassado ainda neste século se não houver forte e profunda redução nas emissões de CO² e outros gases de efeito estufa
- Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO²) e outros gases de efeito estufa ainda podem limitar as mudanças climáticas
- Caso as reduções ocorram, ainda pode levar até 30 anos para que as temperaturas se estabilizem.