Economia
Dólar engata quinto pregão consecutivo de quedas e chega a R$ 4,90
Na segunda-feira (21), a moeda norte-americana fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde o final de junho de 2021.
G1
22 de Março de 2022 - 09:32
O dólar é negociado em queda nesta terça-feira (22), se mantendo abaixo dos R$ 5, engatando seu quinto pregão consecutivo de perdas, em meio à percepção de um cenário doméstico atraente para investidores estrangeiros.
Às 10h11, a moeda norte-americana caía 0,73%, cotado a R$ 4,9081. Na mínima até o momento, chegou a R$ 4,9071. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, o dólar fechou em queda de 1,43%, cotado a R$ 4,9440. Foi a primeira vez que a divisa encerrou uma sessão abaixo de R$ 5 desde 30 de junho (R$ 4,9728). Com o resultado, passou a acumular queda de 4,12% no mês. No ano, tem baixa de 11,32% frente ao real.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, o preço do petróleo segue negociado ao redor de US$ 115 o barril, após o salto de 7% na véspera.
O dólar americano também se valorizava frente a outras moedas pós comentários do presidente do Federal Reserve dos EUA, Jerome Powell, que sinalizou um aperto mais agressivo da política de juros para combater a inflação em alta.
O banco central dos Estados Unidos aumentou as taxas de juro na semana passada em 25 pontos-base, o primeiro aumento desde finais de 2018. Até o final de 2023, as autoridades do banco central esperam que a taxa de juros esteja em 2,8%. A maioria dos membros do Fed vê o nível "neutro" como algo entre 2,25% e 2,5%.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode ter consequências de longo prazo para a inflação, o que pode exigir uma alta ainda maior da taxa básica de juros brasileira. As observações constam na ata da última reunião do comitê, quando a Selic foi elevada de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano.
Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
Os analistas do mercado financeiro elevaram pela décima semana seguida a estimativa de inflação deste ano, que passou de 6,45% para 6,59%, segundo boletim Focus divulgado no dia anterior pelo Banco Central. Os analistas também elevaram a estimava para a Selic no fim de 2022. Agora, projetam que a taxa pode chegar a 13% ao final do ano. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 permaneceu em R$ 5,30.