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Economia

Superávit em junho chega a R$ 13,3 bilhões, maior do período desde 2001

Esse resultado é o maior para o período da série do BC, iniciada em 2001

Agência Brasil

29 de Julho de 2011 - 13:32

A economia feita pelos governos federal, estaduais e municipais para pagar os juros da dívida pública, o superávit primário, ficou em R$ 13,370 bilhões, em junho, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (29). Esse resultado é o maior para o período da série do BC, iniciada em 2001. Em igual período do ano passado, o superávit foi R$ 2,179 bilhões.

No primeiro semestre, o superávit primário alcançou R$ 78,190 bilhões, contra R$ 42,056 bilhões registrados em igual período de 2010. Em 12 meses encerrados em junho, o superávit primário ficou em R$ 137,830 bilhões, o que corresponde a 3,54% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). A meta de superávit primário deste ano é R$ 117,9 bilhões.

Segundo avaliação do chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, as contas públicas neste ano “mostram-se bem mais favoráveis do que observado em 2010 e 2009”. De acordo com ele, o país voltou a uma trajetória que se assemelha a anos anteriores à crise financeira internacional. “Voltamos a uma trajetória de normalidade em termos de cumprimento da meta”, disse.

Maciel ressaltou que a continuidade do crescimento da economia, com formalização do mercado de trabalho, favorece os resultados fiscais, uma vez que aumenta a arrecadação de receitas pelo governo.

De acordo com os dados do BC, os governos estaduais e municipais apresentaram o maior superávit primário na série histórica no primeiro semestre, ao alcançar R$ 22,137 bilhões, 61% da meta estimada (R$ 36,130 bilhões).

As empresas estatais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, contribuíram com 664 milhões, no primeiro semestre. O governo central, formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou superávit primário de R$ 55,389 bilhões, nos seis meses do ano.

Em junho, os gastos com juros da dívida ficaram em R$ 18,988 bilhões e acumularam R$ 119,748 bilhões nos seis meses do ano, contra R$ 92,205 bilhões do primeiro semestre de 2010. Esse resultado do primeiro semestre, assim como o do mês, foi o maior para o período da série histórica do BC.

Em 12 meses encerrados no mês passado, os gastos com juros somaram R$ 222,912 bilhões, o que corresponde a 5,73% do PIB, o maior percentual desde agosto de 2008 (6,11%).

Segundo o relatório do BC, o aumento dos gastos com juros neste ano em relação a 2010 foi influenciado pela alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pelo patamar mais elevado da taxa básica de juros, a Selic, “indicadores que incidem sobre parcela expressiva dos títulos federais”.

Ao serem contabilizados os gastos com juros, tem-se o resultado nominal. No mês passado, foi registrado déficit nominal de R$ 5,618 bilhões, contra R$ 13,664 bilhões de igual período de 2010. No primeiro semestre, o déficit nominal é de R$ 41,558 bilhões, ante R$ 50,149 bilhões registrados de janeiro a junho do ano passado. Em 12 meses encerrados em junho, o déficit nominal ficou em R$ 85,082 bilhões, o que corresponde a 2,19% do PIB.

O BC também informou que a dívida líquida do setor público, em junho, chegou a R$ 1,542 trilhão, o que corresponde a 39,7% do PIB, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a maio. A projeção do BC para julho é que esta relação caia para 39,5%.

A dívida bruta alcançou R$ 2,177 trilhões (56% do PIB) em junho, uma elevação de 0,2 ponto percentual na comparação com o mês anterior.