Esporte
Brasileira que quebrou 5 vezes o nariz brilha no taekwondo e sonha com Tóquio
Milena Titoneli se tornou a primeira mulher do país a ser campeã da modalidade no Pan
Band.com
30 de Julho de 2019 - 16:54
Quem olha para Milena Titoneli, a primeira mulher brasileira a ser campeã no taekwondo nos Jogos Pan-Americanos, não imagina que ela já tenha quebrado o nariz cinco vezes ou tido outras tantas lesões. Aos 20 anos, ela vive ótimo momento no esporte e obteve um feito em Lima nunca antes alcançado por outra atleta do País.
"Foram anos de trabalho. Desde 2015 eu queria estar no Pan. Via meus companheiros, que treinam comigo, participando e pensava: 'Um dia estarei lá, um dia vou ganhar'. Não para por aí, se Deus quiser estarei na Olimpíada e darei meu máximo também. Ainda não está decidido quem vai, mas eu estou na luta. Se a minha categoria for escolhida, darei o máximo para conseguir o ouro", conta.
O sonho começou a ser construído desde cedo, a cada soco e chute que dava e recebia. "Eu tinha 13 anos, estava começando a engordar, pois não fazia nada, então minha mãe falou que eu precisava fazer algum esporte. Só tinha vaga para judô e taekwondo. Fui assistir, me identifiquei e criei uma paixão", revela.
Como toda modalidade de contato, muitas vezes Milena levava a pior, mas nunca pensou em desistir. "No começo meus pais tinham um pouco de medo, pois chegava do treino com olho roxo, machucada, e eles ficavam assustados. Mas aí viram que iria dar certo e acabaram apoiando. Já quebrei o nariz cinco vezes", confessa.
Ela treina em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, desde os 13 anos. "Eu diria que meus treinadores conhecem muito do taekwondo mundial. Então juntou o biotipo com o trabalho duro. Foi aí que consegui evoluir rápido", diz a atleta, que na decisão do Pan superou por 9 a 8 a norte-americana Paige McPherson, bronze nos Jogos de Londres e vice-campeã mundial em 2017.
Mais experiente, sua rival era favorita no duelo, mas Milena acabou vencendo a atleta que defendia o título conquistado no Pan de Toronto, em 2015. "Ainda não caiu a ficha. Estou muito feliz e é mérito dos meus treinadores. Eu fui muito bem no Mundial, pois cheguei ao bronze, mas queria mais e sabia que poderia chegar aqui e fazer um grande trabalho", diz.
Milena lembra que aos poucos as pessoas estão conhecendo mais a modalidade, que tem tudo para crescer no Brasil. "No começo do ano a galera não sabia o que era taekwondo. Depois do Mundial teve visibilidade maior e sempre brincam que não vão brigar comigo. Tenho sonho de estar na Olimpíada de 2020. Quero ser ouro nos Jogos Olímpicos e no Mundial. Mais de uma vez", avisa.