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Esporte

Grato à Ponte Preta, Jorginho remói saída do Fla: "Ainda vou contar tudo"

Técnico da Macaca demonstra mágoa com diretoria rubro-negra e agradece voto de confiança da cúpula alvinegra, mesmo com o rebaixamento no Brasileirão

Globo Esporte

04 de Dezembro de 2013 - 09:20

Conquistar a Sul-Americana pela Ponte Preta representará uma volta por cima para Jorginho. Mais do que isso. Indiretamente, será um recado do treinador para a diretoria do Flamengo. Prestes a fazer história pela Macaca, ele ainda não engoliu a maneira como foi demitido do Rubro-Negro, em junho, com somente três meses no cargo.

Gratidão à Ponte Preta e mágoa com o ex-clube se misturaram na entrevista coletiva antes do primeiro jogo da final contra o Lanús, marcado para esta quarta-feira, às 21h50, no Pacaembu. Ao mesmo tempo em que agradeceu à cúpula alvinegra pela confiança nos momentos difíceis, deixou no ar que a saída da Gávea foi mais conturbada do que pareceu e prometeu um dia contar os reais motivos, do seu ponto de vista.

– O primeiro sentimento que me vem à cabeça por estar nesta final é de gratidão à diretoria. No momento ruim, eles tiveram paciência e acreditaram que o trabalho surtiria efeito. O futebol brasileiro é muito imediatista, mas aqui foi um pouco diferente. Os jogadores, a diretoria e todos os funcionários compraram a nossa ideia. Por isso que está dando certo. Diferentemente do que aconteceu no Flamengo – disse Jorginho, abrindo a brecha para os jornalistas perguntarem sobre a passagem dele pela Gávea.

– Não é apenas o meu trabalho que precisa de tempo. É de qualquer profissional. É falta de respeito. Não falo da instituição, que vai sempre permanecer no meu coração por tudo o que eu fiz. Mas fiquei extremamente decepcionado com a diretoria, que veio com um discurso de seriedade, mas não fez isso na prática. Não saí pelos maus resultados, mas um dia vou poder falar tudo. Não sei quando. Talvez em algum livro – comentou.

Após despontar na base do Flamengo, Jorginho voltou ao clube que o projetou para o futebol brasileiro no primeiro semestre deste ano. Assinou contrato longo, mas ficou apenas 14 partidas no banco de reservas, entre Campeonato Carioca e Brasileirão. Foram sete vitórias, quatro empates e três derrotas. O último jogo foi contra o Náutico (derrota por 1 a 0), que derrubou o Rubro-Negro para a penúltima posição do Brasileiro. Sem ele, o clube evitou o rebaixamento e sagrou-se campeão da Copa do Brasil, sob o comando de Jayme de Almeida, que assumiu no lugar de Mano Menezes.

– Tanto não foi por resultados ruins que o Mano assumiu e continuou bem na Copa do Brasil, como o time já vinha avançando sob o meu comando. No Brasileiro, não aconteceu, pois o Flamengo tinha um time para se manter na média – completou, para depois voltar a falar sobre a Ponte.

No Moisés Lucarelli, o treinador também teve um início ruim, com uma série de quatro derrotas seguidas pelo Brasileiro, só foi vencer no sexto jogo, contra o Corinthians (2 a 0, em Campinas). Jorginho não conseguiu salvar a Macaca do rebaixamento, mas colocou a equipe em uma inesperada decisão de Copa Sul-Americana. Nesta quarta, a Alvinegra encara o Lanús, na primeira partida da final.

– Eu quero que a Ponte se acostume com grandes momentos como esse, que se torne uma grande equipe. Tem tudo para isso. Tem pessoas sérias no comando, um forte investidor por trás. A seriedade é vista nos momentos difíceis. E na fase complicada, a diretoria da Ponte ficou do meu lado. Estamos colhendo os frutos agora.