Esporte
Isaquias Queiroz ignora cansaço, atropela rivais com sobras e é campeão mundial no C1 1000
Brasileiro tem início de prova tranquilo, mas aumenta o ritmo e vence disputa na Hungria
Globo Esporte
25 de Agosto de 2019 - 19:39
Nem a exaustão foi capaz de parar Isaquias Queiroz. Desgastado pela disputa de uma dura final do C2 1000m e pelo esforço incrível que o fez liderar a semifinal na véspera, o brasileiro deu mais uma demonstração do porquê é um dos grandes canoístas da atualidade. Neste domingo, o baiano não tomou conhecimento dos rivais na prova individual e conquistou o título no Mundial de canoagem velocidade no C1 1000m. É a segunda medalha dele em Szeged: antes, já havia sido bronze nas duplas. O brasileiro foi o único a terminar abaixo dos quatro minutos: 3min59s23.
Esta é a 12ª medalha de Isaquias em Mundiais adultos, sendo a sexta de ouro. Além dele, o pódio teve o polonês Tomasz Kaczor, com 4min00s92, com a prata, e o francês Adrien Bart, com 4min01s55. O alemão Sebastian Brendel, outro favorito, ficou apenas com o quarto lugar, à frente do tcheco Martin Fuksa, que também brigava pelo pódio.
- Vim sem estar totalmente preparado, com uma gripe, mas é trabalho. Eu botei o tronco embaixo e fui remando. Eu acho que a prova do C1 1000 de ontem me ajudou muito. Eu estava muito cansado, mas deu mais confiança ter conquistado a vaga. Acordei feliz, acordei bem e fui pra cima - disse o brasileiro, atleta do Flamengo.
Na final, Isaquias manteve a estratégia com um início de prova tranquilo. O brasileiro só começou a apertar o ritmo a partir da metade do percurso, quando pulou para a quarta posição. Mas era só o começo. Na reta final, não tomou conhecimento dos rivais. Ao abrir muita vantagem sobre todos os outros, o baiano cravou seu nome em mais um título. Soltou o grito logo ao cruzar a linha de chegada e se jogou na água para festejar. Mais do que merecido.
O baiano tinha dado sinais de exaustão na véspera. Na semifinal encarou um balizamento duro, remando na raia ao lado de Martin Fuksa, então vice-campeão mundial da prova. Passou a maior parte do percurso lutando para manter-se na terceira posição, mas o medo de ficar fora da disputa por medalhas o impulsionou para um sprint incrível nos últimos 200m, ultrapassando o polonês Tomasz Kraczor e o próprio Fuksa já na linha de chegada.