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Esporte

Marca do Brasil, toque de bola é a arma para jogo decisivo contra o Paraguai

Seleção foi a equipe que mais passes trocou até agora na Copa América

Band.com

27 de Junho de 2019 - 15:57

A troca incessante de passes é, até agora, uma das principais características da Seleção Brasileira nesta Copa América e, a julgar pelas palavras do técnico Tite e o estilo de jogo do Paraguai, não será diferente nesta quinta-feira, a partir das 21h30, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, pelas quartas de final da competição.

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo com base em dados das 18 partidas da primeira fase do torneio divulgados pela Conmebol revela que a Seleção Brasileira foi a equipe que mais passes trocou até agora na Copa América. Em três jogos foram 1.911 passes, número bem superior aos 1.447 da Argentina, segunda colocada nesse tipo de fundamento.

A troca de passes é uma orientação de Tite aos jogadores. O ordem do chefe é rodar a bola de um lado para o outro do campo até encontrar uma brecha na defesa adversária. O jogo em que isso ficou mais claro foi no empate contra a Venezuela. "São 90 minutos para acabar o jogo, 95 com os acréscimos. O time tem de saber que esse é o tempo. A Colômbia, por exemplo, venceu o Catar com gol no fim. Mesmo se a equipe fizer o gol cedo, tem de reagir da mesma forma”, avisou o técnico.

Nos três jogos da primeira fase - contra Bolívia, Venezuela e Peru -, o Brasil trocou, em média, pouco mais de 600 passes por jogo. Nenhum time atingiu essa marca. Quem chegou mais perto foi a Colômbia, na segunda rodada, contra o Catar: 563 passes.

A estratégia de Tite quando enfrenta equipes mais fechadas, que ficam na defesa à espera de um erro do Brasil para sair no contra-ataque, é ter paciência. Diante do Paraguai, o esquema deve se repetir porque o rival também não pretende se expor muito ao ataque. “É um jogo decisivo e a margem de acerto tem de ser alta. As características mentais têm de estar fortes, porque são confrontos decisivos, com nível de concentração altíssimo”, disse.

Para o jogo na Arena do Grêmio, o Brasil não terá um dos seus principais passadores. O volante Casemiro, responsável pela ligação entre a defesa e os homens de frente, está suspenso. Fernandinho, então primeira escolha, não se recuperou de entorse no joelho direito sofrida contra a Venezuela e está fora. O volante até treinou nos últimos dias, mas não começa a partida. Assim, Allan será o titular. No ataque, está mantido o trio formado por Gabriel Jesus, Everton e Roberto Firmino, o mesmo da goleada por 5 a 0 contra o Peru.

A partida do último sábado na Arena Corinthians, em São Paulo, inclusive, é um exemplo para o treinador. Tite destaca o fato de vários jogadores terem participado da armação das jogadas, sem sobrecarregar o meia Philippe Coutinho. Naquela apresentação,o Brasil trocou 610 passes. “Quando vocês comentaram sobre o Coutinho, e colocaram que ele tem de armar, falo que é a equipe que tem de armar. Só ele? Vamos dividir um pouco as tarefas. Fizemos uma atuação muito boa, com a criação sendo diluída para uma série de jogadores”, analisou o treinador.

Trocar passes e controlar a posse de bola também tem contribuído para o bom desempenho defensivo do Brasil. A Seleção vem de duas vitórias e um empate e ainda não sofreu nenhum gol até agora.

GRAMADO - Justamente um componente fundamental para trocar passes preocupa bastante a Seleção Brasileira. O campo da Arena do Grêmio recebeu nos últimos dias duas vistorias de Tite e do coordenador de seleções Edu Gaspar. O gramado recebeu críticas do argentino Lionel Messi no último domingo.

“Nós já externamos nossa reclamação para as pessoas responsáveis como o (Rogério) Caboclo (presidente da CBF). A partir disso é ir para o jogo”, disse Tite. No último sábado, o treinador apontou a boa qualidade do gramado da Arena Corinthians como um dos ingredientes para a vitória sobre o Peru, por permitir a troca de passes da equipe com mais precisão.