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Esporte

Tranquilidade, observações e muita conversa: a estreia de Dorival no Flu

Técnico mostra comportamento sereno no primeiro jogo, dá mais velocidade ao time, elogia a torcida tricolor e explica permanência de Digão: "O Rhayner já ia sair antes"

Globo Esporte.com

15 de Novembro de 2013 - 09:29

Estreia, time na zona do rebaixamento, pressão. Apesar de todos esses ingredientes, o técnico Dorival Júnior mostrou um comportamento tranquilo em sua primeira partida no comando do Fluminense. Tirando uma ou outra orientação mais incisiva no segundo tempo, o treinador passou boa parte da vitória por 2 a 0 sobre o Náutico, na noite da última quinta-feira, observando tudo com tranquilidade. Hora com os braços cruzados, hora com os braços para trás, Dorival viu um time abalado emocionalmente ganhar fôlego com um gol no início de cada tempo. E fez questão de reconhecer o apoio fundamental dos tricolores para acabar com a série de nove jogos sem vencer ao lembrar que o importante agora é apoiar, e não cobrar.

- Os gols no início foram importantes, fundamentais eu diria para dar tranquilidade à equipe. Erros de passes acontecem, como foi o do Leandro Euzébio no início do jogo e gerou algumas reclamações da torcida. Só peço aos tricolores que tenham paciência, pois qualquer vaia será fatal. Se estivéssemos no início, a cobrança maior seria normal, mas nesse momento toda ajuda é fundamental para minimizar os erros e aumentarmos nossa possibilidade de bons resultados. Deixa a cobrança para 2014. O torcedor vai ser fundamental no domingo contra o São Paulo também. Temos que lotar o Maracanã. A vitória já foi um início. Mas volto a dizer que ainda é pouco. Somos a primeira equipe a ser batida agora, a primeira fora da zona - frisou.

Conversas com o filho/auxiliar

Com apenas dois treinos, Dorival foi a campo para sua estreia sabendo pouco a respeito do elenco tricolor. Mesmo assim mostrou conhecimento, e parece ter encontrado a solução para a falta de laterais-esquerdos de origem á disposição no plantel (Carlinhos e Ronan estão machucados). Opção do treinador, Digão foi um dos destaques do time. De quebra, deu mais velocidade ao time com Rhayner e Marcos Junior, o que foi elogiado por Wagner após o apito final.

Sempre à beira do campo, na maioria das vezes de braços cruzados, Dorival acompanhava cada movimento de seu time. Mais observava do que orientava. Por mais de uma vez, chamou seu filho e auxiliar técnico, Lucas Silvestre, para conversar. Certo que é que, apesar do pouco tempo de trabalho, a postura do Fluminense foi outra.

- O que vimos foi uma mudança de postura da equipe, querendo mais, buscando mais, uma equipe mais atenta em detalhes. Você busca informações, troca ideias com os membros da comissão técnica, vai pela sensibilidade de cada um... Não quer dizer que eu tenha tomado todas as atitudes corretas (alterações na equipe titular). Tentamos errar o mínimo possível, tentando perceber o quanto antes as condições do elenco. É muito difícil conhecer a fundo todos os atletas em pouco tempo. Por isso tento observar o máximo possível. É mais sensibilidade do que visualização - disse.

O comandante só abandonou o aspecto sereno quando Wagner soltou uma bomba de pé esquerdo para abrir o placar aos 16 minutos do primeiro tempo. A comemoração foi com todo o banco. No segundo tempo, Dorival passou a se movimentar mais na área técnica. De vez em quando, dava uma ou outra orientação aos jogadores mais próximos. Quando o placar já marcava 2 a 0, Leandro Euzébio quase aproveitou um rebote após cobrança de escanteio para ampliar. Dorival chegou a pular para comemorar o gol que não sair.

Subistuição cancelada, parte 2

Contando os minutos para a vitória, o treinador passou a incentivar os jogadores. Jean, por exemplo, tirou duas bolas em sequência para a lateral e ganhou tapinhas ao passar ao lado de Dorival. Em sua última substituição, o comandante tricolor reviveu um momento de sua carreira. Quando a placar subiu com o número 13, Digão disse que não iria sair e Rhayner acabou dando lugar a Rafinha. Em 2010, o protagonista da cena na final do Campeonato Paulista foi Paulo Henrique Ganso, quando Dorival comandava o Santos. Apesar das semelhanças, o técnico tratou de diferenciar os casos ao lembrar que Rhayner já seria substituído inicialmente.

- Foram situações diferentes. O Ganso tinha pedido para sair dez, 12 minutos antes. No momento da substituição, estávamos sem dois jogadores e perdíamos o terceiro. Foram três expulsões naquela final. Hoje, quando íamos colocar o Rafinha, ele já iria entrar no lugar do Rhayner. Foi quando chegou a informação do problema do Digão (cãibra). Quando fomos fazer a mudança, ele disse que dava para suportar, tanto que o próprio departamento médico estava ali para tentar atendê-lo. Quando Digão deu o sinal de positivo, voltamos à alteração natural.

Depois da vitória sobre o Náutico, o Fluminense de Dorival Júnior chegou aos 39 pontos, pulou para a 16ª posição e saiu da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O Tricolor volta a campo no próximo domingo para enfrentar o São Paulo, às 17h (de Brasília), novamente no Maracanã, pela 35ª rodada da competição nacional.