Política
Com R$ 536,7 milhões em dívidas, prefeitos temem improbidade administrativa
Caso não recebam o valor, ele acredita que os prefeitos precisarão parar os municípios para juntar dinheiro e conseguir quitar os débitos
Campo Grande News
16 de Maio de 2012 - 09:15
Quase metade dos prefeitos de Mato Grosso do Sul, 35, estiveram em Brasília ontem na XV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios para cobrar uma posição da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a distribuição dos royalties do Pré-Sal e, principalmente, sobre os restos a pagar, que totalizam R$ 536,7 milhões no Estado.
O presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Jocelito Krug (PMDB), explica que o Governo Federal não repassou R$ 536,7 milhões prometidos aos deputados federais e prefeitos nos anos de 2009, 2010 e 2011.
A preocupação é maior porque neste ano, ao término do mandato, todos devem prestar contas do que foi feito, acertando o que deve. Caso não façam a prestação, os prefeitos podem responder por improbidade administrativa e ser considerados ficha suja.
Segundo krug, existem obras recém iniciadas, pela metade ou até concluídas, mas que ainda não foram pagas. Caso não recebam o valor, ele acredita que os prefeitos precisarão parar os municípios para juntar dinheiro e conseguir quitar os débitos.
Com certeza este é o principal problema enfrentado pelos prefeitos hoje. Obras paradas. A população insatisfeita, porque quer a inauguração, já que os deputados que fizeram as emendas foram até os municípios e lançaram as obras. Pessoas desempregadas por causa das obras paradas e dos recursos que não vêm. O presidente da Assomasul avalia que apesar da presença de Dilma, o evento trouxe frustração, já que não apresentou solução para os principais problemas.
Durante o evento a presidente Dilma não falou sobre restos a pagar. Ela prometeu retroescavadeira e pediu para que os prefeitos busquem a distribuição dos futuros royalties, já que a divisão dos atuais não mudará. A presidente também anunciou a construção de creches nos municípios, mas a decisão não agradou, já que, segundo Krug, de cada R$ 3 investidos na construção, R$ 2 saem dos cofres das prefeituras, o que torna a construção um problema, apesar da importância.