Política
Mesmo com 7 pré-candidatos, disputa deve ser entre PMDB e PSDB
Pouca gente nos meios políticos acredita que efetivamente PT, PDT, PP e PSB vão lançar candidatos a prefeito
Marcos Tomé/Flávio Paes
23 de Abril de 2012 - 10:26
A quase 100 dias do fim do prazo para homologação de candidaturas e coligações (em 30 de junho) embora sete pré-candidaturas a prefeito de Sidrolândia tenham sido anunciadas, o cenário mais provável é que a disputa acabe polarizada entre os nomes do PMDB, Acelino Cristaldo e Enelvo Felini, do PSDB.
Pouca gente nos meios políticos acredita que PT, PDT, PP e PSB efetivamente lançarão candidatos a prefeito entrando numa disputa em que a chapa competitiva precisará de pelo menos R$ 1,5 milhão de orçamento. Esta é uma estimativa conservadora para os custos da campanha da chapa majoritária e dos candidatos a vereador.
É natural que os partidos lancem candidatos a prefeito neste período em que articulam as alianças. Este jogo de cena pré-eleitoral é parte da estratégia para mostrarem força, densidade política na mesa de negociação. Agora é a hora de todo mundo valorizar o seu passe. Endurecer o jogo e esperar pela proposta de aliança que assegure estrutura para eleger bancada na Câmara e garanta espaço numa eventual administração, comenta um vereador.
Ele não acredita que o pré-candidato do seu partido de fato tenha intenção de entrar efetivamente na disputa. A oposição, representada pelo PSDB, praticamente há oito anos tem candidato definido. Como o Daltro não pode disputar mais uma reeleição, é natural que o candidato do PMDB, estreante nas urnas, tenha mais dificuldade para atrair um arco de alianças partidárias tão amplo quanto o conseguido pelo prefeito em 2008, observa.
Assim como este vereador, praticamente todos os personagens da cena política sidrolandense, consideram remotas as chances de vingar uma terceira via que ofereça ao eleitor uma alternativa a polarização entre PMDB e PSDB. PDT e PT, que em tese são os partidos com densidade suficiente para viabilizar uma chapa competitiva estão muito longe de uma ação harmônica.
O PDT é hoje uma legenda regionalmente muito próxima do governador André Puccinelli, consequentemente do PMDB. O PT convive com um racha interno que parece irreversível. O vereador Jean Nazareth, que é o nome do partido com melhor desempenho nas pesquisas, é vetado pelo grupo majoritário no Diretório Municipal que lançou um pré-candidato, o professor Marcio Marqueti , com poucas chances, inclusive para conquistar uma das 13 vagas na Câmara Municipal que estarão em disputa.
Os dirigentes petistas, embora publicamente sustentem o discurso da candidatura própria, em off admitem: vão conduzir o partido para uma aliança (com PMDB ou PSDB), que eles considerem com mais chances de vitória e acenem com estrutura para eleger vereadores(além de Jean, naturalmente) e cargos num eventual governo.
Não acreditam na viabilidade eleitoral da pré-candidatura do advogado Gerson Claro, pelo PDT. A motivação de Gerson seria a mesma deles ao proclamar o nome de Marqueti como alternativa para sucessão municipal: se cacifar enquanto não escolhem a coligação que mais atenda aos interesses do partido, oferecendo a vice e cargos na prefeitura em caso de vitória.
As desconfianças mútuas entre as lideranças partidárias praticamente abortam na origem as chances de vingar uma terceira via. A ideia chegou a ser lançada ano passado, mas não vingou, embora tenha contado com a simpatia do PDT (representado por Gerson Claro) e PT (avalizada pelo vereador Jean e até por Gilmar Antunes, presidente municipal).
Com o mesmo grau de descrença e ceticismo são cercadas as pré-candidaturas da empresária Maria Gilca (PP) e do vice-prefeito Ilson Fernandes. A avaliação é que os dois partidos teriam dificuldades até mesmo para formar uma chapa completa de 20 nomes para disputar as vagas na Câmara Municipal.
O vice-prefeito, que deixou o PDT, perdeu o apoio de sustentação (inclusive financeira) do grupo que o ajudou a se eleger vereador e depois articulou o nome dele para compor a chapa como vice de Daltro em 2008. O PP é hoje uma franquia do deputado Alcides Bernal, dirigida por parentes e assessores do parlamentar.