Saúde
Casos de chikungunya crescem 35% no Brasil
Em 2021, registros da doença no país subiram 35%, com maior incidência nos estados do Nordeste.
G1
04 de Janeiro de 2022 - 07:46
O ano novo começa com um desafio antigo: o combate ao mosquito Aedes aegypti e às doenças que ele provoca. A psicóloga Terezinha Dias, moradora do Recife (PE), já se recuperou da chikungunya, mas ainda sente os efeitos da doença. “Você tem dores nas articulações, tem movimentos que você não consegue fazer”, conta a psicóloga.
Os registros da doença no Brasil cresceram mais de 32% em 2021. O maior número de casos foi registrado no Nordeste, seguido pelo Sudeste e o Centro-Oeste. “A Chikungunya tem uma característica de levar surtos bastante explosivos, ou seja, ela tem uma taxa de ataque muito grande. A melhor forma de evitar -- a gente ainda não tem vacina -- é no controle do Aedes aegypti”, adverte André Siqueira, infectologista e pesquisador da Fiocruz.
Esse período chuvoso somado ao calor são favoráveis para o aumento do Aedes aegypti. Depois da eclosão dos ovos, o mosquito leva apenas sete dias para chegar à fase adulta. Por isso que a limpeza dos locais que acumulam água deve ser semanal para interromper o ciclo de vida do inseto.
Em Goiânia, denúncias de imóveis com criadouros chegam através de um aplicativo da prefeitura. Uma casa estava trancada, e os fiscais chamaram um chaveiro. A piscina tinha muitas larvas.
“O poder público ele não vai poder entrar na casa das pessoas de forma geral. Então é importante que as pessoas olhem para casa, olhem para os utensílios que podem estar com água parada e limpem , aconselha Cristhiane Kobal, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Uma iniciativa para combater o mosquito são as biofábricas de aedes aegypti, que funcionam em quatro cidades: Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) Petrolina (PE). No laboratório, cientistas inserem a bactéria wolbachia no mosquito, e ela impede que os vírus se desenvolvam dentro dele, evitando a transmissão de doenças.
Uma outra esperança é a vacina que começa a ser testada em 2022 pelo Instituto Butantan.
“Existem outras regiões do mundo que também ocorrem surtos de chikungunya. Então, é uma vacina que se espera ansiosamente no mundo inteiro”, afirma Riago Rocca, gerente de parceiras e novos negócios do Butantan.