Sidrolândia
Apicultores do Alambari atribuem a aplicação aérea de agrotóxicos mortandade de abelhas e perda de urucum
Assentamento Alambari estaria sofrendo os efeitos da aplicação aérea de defensivos agrícolas nas lavouras de soja e milho.
Flávio Paes/Região News
18 de Julho de 2021 - 22:04
Rodeado por lavouras de soja e milho que começam agora entrar nos lotes vizinhos, o Assentamento Alambari estaria sofrendo os efeitos da aplicação aérea de defensivos agrícolas nas lavouras de soja e milho. Apareceram mortas milhares de abelhas operárias de colméias, fundamentais na produção de mel. No Alambari CUT, o apicultor Nelson Alves Rocha, com a experiência de 40 anos de atuação, não tem dúvida: as abelhas morreram intoxicadas pelos agrotóxicos que literalmente caíram do céu, com aplicação aérea nas lavouras vizinhas. O envenenamento será investigado pela Iagro.
A expectativa é que a produção do apiário caia de 600 quilos, registrada ano passado, para 20 kg, um prejuízo de R$ 20.300,00, tendo como base que um quilo de mel é vendido a R$ 35,00. Além das aplicações aéreas de defensivos, o pesquisador Lucas Torres, acredita que as abelhas podem ter absorvido os agrotóxicos ao voarem para lavouras próximas ao apiário. No Alambari CUT aproximadamente 100 hectares, distribuídos em 20 lotes estão arrendados para o plantio de milho e soja.
No Alambari Fetagri, a assentada Marlene Bial, terá de replantar todos os 1.200 pés de urucum que tem cultivados em 3,5 hectares, a sua principal fonte de receita. O efeito dos agrotóxicos sobre a plantação foi devastador. Pelo menos 100 pés tiveram que ser arrancados porque secaram e se tornaram improdutivos. Logo após a colheita, ela acredita que será preciso erradicar os demais pés e replanta-los.
Neste ano a produção deve cair de 1.200 a para 300 quilos. Só em dois anos os pés replantados entrarão em fase de produção.
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