Sidrolândia
Negativa de autoria, a tese que David vai defender para absolver Jodimar
David disse que durante toda a instrução penal, o seu cliente negou o crime. “Jodimar nunca mudou a versão dele".
Redação/Região News
15 de Setembro de 2022 - 13:17
A estratégia do advogado David Olindo, que faz a defesa do enfermeiro Jodimar Ximenes, é a negativa de autoria. Ele disse que durante toda a instrução penal, o seu cliente negou o crime. “Jodimar nunca mudou a versão dele. Sempre disse que não estava lá, que não conhecia Hugleice. Vamos esperar para ver o que Hugleice vai falar. Caso Jodimar seja condenado por ocultação de cadáver, o crime já prescreveu. A denúncia chegou em 2011”, afirmou.
Conforme David, à época o nome do enfermeiro “brotou” de uma denúncia anônima. “Ele ficou 9 meses na cadeia e tem sequelas da prisão. Está surdo de tanto que apanhou. Mesmo com todo sofrimento que passou, mesmo assim não assinou o termo de aceitação de que tinha cometido esse aborto”, disse.
Prescrição - Nove anos após o crime, em março de 2019, a Justiça de Sidrolândia determinou que Hugleice e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, que responde em liberdade, fossem a júri popular. Também foi decretada a prisão preventiva do cunhado da vítima. Na ocasião, Hugleice já estava preso no Mato Grosso por esfaquear a esposa Mayara Barbosa, irmã de Marielly.
Na ocasião, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça aceitou o recurso do advogado José Roberto Rodrigues Rosa, que apontou não haver ligação entre os dois crimes e que o réu sempre compareceu a todos os atos processuais. Outra alegação é de que, caso haja condenação pela morte da cunhada, Hugleice nem fique preso, mas cumpra eventual pena em regime aberto.
O relator, desembargador Emerson Cafure, disse na época que existia considerável possibilidade de que em caso de eventual condenação na pena mínima estabelecida para cada crime, essa esteja fadada à prescrição. A defesa também pediu a prescrição antecipada, mas o relator informou que prescrição com base em pena hipotética não encontra amparo no ordenamento jurídico pátrio, por caracterizar afronta ao princípio de presunção de inocência e individualização da pena. Hugleice da Silva segue preso no Mato Grosso e veio escoltado para participar do júri.