'Truques' de gestores podem ter impulsionado notas do IDEB, revelam técnicos

Governos estaduais e municipais podem ter recorrido a algumas estratégias para impulsionar as notas e, com isso, garantir uma melhor posição no ranking da qualidade de ensino. Conforme técnicos da Secretaria de Educação entrevistados pela Região News, uma estratégia comum adotada pelos gestores é promover cursinhos preparatórios, concentrar numa turma os alunos com as maiores notas e escolher este grupo para fazer as provas.

Esta estratégia é frequentemente utilizada em estados do Norte e do Nordeste, que conseguiram posições mais elevadas no ranking do IDEB do que Mato Grosso do Sul. Embora o estado pague os melhores salários aos professores concursados, R$ 12.380,60 por 40 horas semanais de jornada, obteve nota 3,6, enquanto o Piauí garantiu 4,3, pagando R$ 6.273,78 de remuneração.

Os alunos do Ensino Médio da Rede Estadual de Mato Grosso do Sul não atingiram a meta do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para o último ano, o 3º, conforme dados divulgados pelo MEC (Ministério da Educação). A nota 3,8 coloca o estado na 16ª posição no ranking da qualidade da educação, onde a meta era 4,7.

O IDEB é composto por informações referentes à aprovação dos estudantes e às médias de desempenho nas avaliações. Desde 2007, o IDEB estipula metas a serem atingidas por cada estado brasileiro. As escolas particulares do estado também não alcançaram a meta de 7,2, registrando uma nota de 5,9.

Especialistas e até o MEC defendem que os resultados foram impactados pela pandemia de coronavírus, uma vez que a metodologia do IDEB compreende medidas do aprendizado e da trajetória regular dos alunos entre as etapas de ensino.

Também foram avaliados os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, separados por escolas públicas, estaduais e particulares. Nos anos iniciais, destaca-se a rede pública, que superou a meta de 5,0, registrando 5,3. As redes privadas e estaduais chegaram bem perto, com 7,3 e 5,4, respectivamente.

Nacionalmente - Apenas os estados de Goiás, Pernambuco e Piauí bateram a meta para o Ensino Médio público. Os melhores resultados ficaram com Goiás (4,8), Espírito Santo (4,7) e Paraná (4,7). Mato Grosso do Sul ficou na 16ª posição, com a mesma nota que Santa Catarina.