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A logística da Black Friday: centros de distribuição de varejistas operam 24 horas e com reforço de equipe
O G1 visitou centro de distribuição em São Paulo às vésperas do evento: há 750 funcionários temporários e o volume de pedidos despachado é quase o triplo da média diária.
G1
23 de Novembro de 2017 - 07:29
Uma "operação de guerra" é montada pelas grandes varejistas para dar conta da logística da Black Friday. A um dia do evento que promete descontos em diversos produtos, os centros de distribuição de empresas de comércio eletrônico operam 24 horas para receber os pedidos dos consumidores, separar as mercadorias e despachá-las no menor tempo possível.
O G1 visitou um deles, em São Paulo. Veja como é a "correria".
Planejamento é a chave para fazer tudo dar certo em meio à correria. Nas grandes redes, a logística da Black Friday é planejada com um ano de antecedência. Depois de avaliarem o desempenho da última edição, as empresas já pensam em novas estratégias para a vender mais na próxima e reduzir o número de queixas que costumam acompanhar as transações.
Para não correr o risco de ficar sem produtos para vender, as varejistas precisam reforçar o estoque para a data. Na Netshoes, e-commerce de artigos esportivos, por exemplo, os estoques em novembro são cerca de 50% acima do registrado em meses comuns.
E para dar conta de despachar tudo isso, a empresa contratou 750 funcionários temporários em novembro deste ano. É mais do que no ano passado, quando 600 pessoas reforçaram a equipe para a Black Friday, e o recorde para a empresa. Hoje, 2.500 fazem parte do quadro fixo de funcionários da empresa.
A contratação foi necessária para que a Netshoes funcionasse durante 24 horas de quinta (23) a domingo (26).
"Normalmente despachamos 35 mil pedidos por dia. Sobe para 100 mil por dia. A gente trabalha praticamente 24 horas, o atendimento também tem horário estendido. Investimos muito nisso", disse a diretora de marketing da Netshoes, Gabriela Platinetty.
Na Ricardo Eletro, os escritórios também funcionam durante 24 horas na sexta e no sábado. Os centros de distribuição, que normalmente funcionam em só um turno, costumam operar em dois. "Todo mundo fica atento 24 horas. As vendas aumentam muito. Em três dias, superam quase o mês de novembro inteiro", afirmou Ricardo Nunes, fundador e presidente da empresa.
Negociação com fornecedores
Além de planejar a logística, o comércio também negocia preços com fornecedores com, no mínimo, seis meses de antecedência. Para conseguir oferecer descontos realmente atrativos, as empresas precisam comprar o produto com preços menores do fornecedor.
"O planejamento da Black Friday é anual. Após o evento do ano passado, já começamos as negociações, vemos o que deu certo, o que deu errado. As negociações começam a ser feitas seis meses antes do evento, dentro do direcionamento que queremos dar", afirmou Rodrigo Pothin, diretor-geral comercial do Walmart Brasil.
De acordo com o Walmart, um grupo de trabalho com profissionais de todas as áreas envolvidas se reúne duas vezes por semana para alinhar todo o processo e fluxo de informações. Todos os anos, ao final de cada Black Friday, esse grupo analisa o que deu certo e tira lições para eventos futuros. "Com isso, o ciclo nunca termina, ele é corrigido e melhorado o tempo todo."
Black Friday é o novo Natal
Nos últimos anos, a Black Friday vem se consolidando no calendário de datas importantes para o comércio brasileiro. Diante das ofertas e da primeira parcela do 13º que alguns trabalhadores já receberam, as compras de Natal acabam sendo adiantadas para novembro.
Na Netshoes, a Black Friday é mais rentável do que qualquer outra data do varejo, como Dia das Mães ou Natal. Para aproveitar a temporada de vendas fortes, a varejista organizou o evento para durar o mês inteiro.
Mas isso não quer dizer que não haverá um pico de vendas na sexta-feira, o dia oficial de descontos. A partir de quinta-feira, mais produtos e descontos diferentes serão apresentados e as condições de compra seguem durante todo o final de semana ou enquanto durarem os estoques.
Entrega
A logística de Black Friday continua fora dos centros de distribuição das varejistas. Os Correios, que distribuem produtos vendidos pela internet para grandes e pequenas empresas, preveem um aumento de 25% no volume de encomendas entre novembro e dezembro.
Para atender a demanda, a empresa informou que terá reforços como mão de obra temporária, aumento nas linhas de transporte e intensificação das ações de gerenciamento de risco.