Sidrolandia
Após liderança em pesquisa, Dilma diz que não vai subir em salto alto
Na quarta (23), líderes da oposição afirmaram que José Serra (PSDB) ainda vai crescer.
G1
24 de Junho de 2010 - 10:41
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta (24) que o resultado da última pesquisa Ibope é "bom", mas que não vai subir no salto alto. "Para esse momento, é um quadro interessante, mas não subimos em salto alto e achamos que as coisas estão definidas", disse a candidata, durante entrevista à Rádio Itatiaia de Minas Gerais. Dilma disse que está "muito agradecida ao povo" pela confiança.
Nesta manhã, a presidenciável Marina Silva, candidata do PV à Presidência da República, minimizou o terceiro lugar e disse que começar com 9% é positivo. Na quarta (23), líderes da oposição afirmaram que José Serra (PSDB) ainda vai crescer.
Pesquisa Ibope divulgada em Brasília mostrou Dilma com 40% das intenções de voto e o candidato do PSDB com 35%. Marina tem 9%, segundo o levantamento, encomendado ao instituto pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"É de fato uma pesquisa interessante, mas pesquisa não substitui eleição. Bom, é, mas não pode substituir o processo eleitoral. Ainda tem muita água para rolar debaixo da ponte", afirmou Dilma. "A pesquisa reflete o momento e mostra que há um desafio enorme pela frente", completou.
Para Dilma, há uma tendência de polarização na campanha entre ela e José Serra. "Temos um projeto de continuidade do governo do presidente Lula, manter o que está certo e evançar", afirmou.
Campanha antecipada
Na entrevista, Dilma contestou a decisão do Ministério Público Eleitoral (MPE), que encaminhou nesta quarta (23) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma representação contra ela. A procuradoria-geral eleitoral acusou Dilma, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), de terem feito campanha antecipada durante a inauguração de um hospital.
No pedido, o MPE alegou que o Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, não recebeu recursos federais para justificar a presença da candidata petista. Segundo Dilma, não houve campanha antecipada nem pedido de votos no evento.
A respeito das acusações de Serra sobre a suposta participação de Dilma na montagem de um dossiê contra os tucanos, a candidata do PT respondeu: "As acusações são estratégia eleitoral de Serra, mas não está dando certo".
Coligações
Dilma minimizou os conflitos causados pelas coligações entre PMDB e PT em Minas Gerais e no Maranhão. "É importante o Brasil perceber que a gente não governa com um só partido", afirmou. Militantes do PT em Minas tentaram até o último instante evitar a coligação com o PMDB. O PT-MA contestou a coligação na Justiça e o deputado federal Domingos Dutra (PT-MA) fez greve de fome por alguns dias em protesto contra a decisão da executiva nacional do partido.
"É uma visão estreita. É possível governar em coalizão. O governo Lula foi um bom exemplo de como é possível governar em coalizão", afirmou Dilma. Segundo ela, a aliança entre PT e PMDB segue um programa de governo e que a presença de Patrus Ananias (PT) como a candidato a vice na chapa encabeçada pelo ex-ministro da Comunicações Hélio Costa (PMDB) garantirá uma forte atuação na área social.
Enchentes
Sobre as enchentes que atingem os estados de Alagoas e Pernambuco, Dilma afirmou que a questão é "gravíssima". A candidata creditou o problema aos governos anteriores. Segundo ela, durante os últimos 25 anos não houve política habitacional, gerando o aumento de favelas e de construções em encostas e margens de rios.
"Aumentou o risco para essas comunidades porque não tinha política habitacional". Segundo Dilma, o atual governo aumentou os investimentos por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Dilma disse que as prefeituras e governos estaduais não podem permitir que as pessoas construam casas nas margens de rios e enconstas. "Não pode morar em área de risco, não tem prevenção que resolva", afirmou.
Por fim, a candidata arriscou um placar na partida entre Brasil e Portugal pela Copa do Mundo nesta sexta (25). "Estamos bem. Vamos fazer 1 x 0".