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Sidrolandia

Em novo modelo, hospital abandona parto humanizado e CPN será uma maternidade convencional

Sem habilitação do Ministério da Saúde, sem recursos para manter uma equipe médica de suporte, o formato do CPN será substituído pelo convencional.

Flávio Paes/Região News

09 de Abril de 2017 - 20:56

Na terça-feira a direção do Hospital Elmiria Silvério Barbosa reúne a equipe do Centro de Parto Normal (CPN) que será esvaziado, transformando-se numa maternidade convencional. Não haverá mais o parto humanizado um formato diferenciado, no qual, por exemplo, os companheiros das gestantes, podiam acompanhar todo o procedimento.

No período de preparação das gestantes, elas participavam de rodas de conversas. Era a oportunidade para troca de experiências, com acompanhamento da equipe de enfermeiros obstétricos que será desfeita. Sem habilitação do Ministério da Saúde, sem recursos (R$ 50 mil por mês) para manter uma equipe médica de suporte, o formato do CPN será substituído pelo modelo em que o protagonismo volta a ser dos médicos plantonistas.

No final de março, a direção do hospital anunciou o fechamento do CPN, com a repercussão negativa junto à opinião pública, amplificada pela divulgação de matérias em telejornais transmitidos para todo o Estado (da TV Morena e TV Record), os vereadores pressionaram e o prefeito na terça-feira passada se reuniu com a direção do hospital. Marcelo Ascoli reafirmou que não poderia aumentar os recursos para a instituição.

Após a conversa, a assessoria de imprensa da Prefeitura divulgou releases com a informação de que o CPN seria mantido “nos padrões de Sidrolândia”, diferente dos preconizados pelo Ministério da Saúde, sem explicitar exatamente o que seria tal padrão.

Neste encontro, surpreendentemente, quem falou em nome do hospital foi o diretor clínico, Renato Couto, crítico do centro de parto normal, para ele, um projeto criado de forma precipitada pelo ex-presidente Jair do Nascimento. Descontente com que considerou omissão da diretoria, Jair renunciou ao cargo de vice-presidente da entidade na última quinta-feira.

O CPN

O Centro de Parto Normal funciona num anexo com 270 metros quadrados, com o abandono do parto humano, o espaço poderia ser aproveitado para abertura de 16 leitos para atendimentos de pacientes particulares ou de planos de saúde, que oferecem cobertura para internação em apartamento. Neste pouco mais de um ano de funcionamento do centro, foram 185 partos e houve redução do número de cesarianas que até 2015 representam quase 50% dos partos realizados no hospital.