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Sidrolandia

Esquema do PCC tinha plano de matar diretor da PHAC

Drogas e armas comercializadas pela facção presa em MS tinham como destino os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Goiás

Campo Grande News

12 de Maio de 2010 - 16:59

Esquema criminoso ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que teve nove pessoas presas na manhã de hoje, envolvia até plano de matar Joel Rodrigues Ferreira, diretor do presídio Harry Amorim Costa, em Dourados. A informação foi divulgada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e PM (Polícia Militar) em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira.

Foi solicitado aos bancos onde o grupo mantinha 15 contas ativas um relatório das movimentações realizadas nos últimos anos e está aguardando os documentos para ver quando a quadrilha movimentava.

Drogas e armas comercializadas pela facção presa em MS tinham como destino os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Sobre a execução, o plano para eliminar o diretor era comandado por Ricardo Souza, vulgo “Cabelo”, que está detido na Penitenciária Harry Amorim Costa, mostrou a investigação. De dentro da prisão, ele comandou, por exemplo, a circulação de 400 quilos de maconha, além da morte do diretor.

“A Polícia realizou monitoramento das ações do Cabelo e de pessoas próximas a ele. Sabíamos que o grupo já conhecia o carro do diretor e o trajeto realizado por ele”, disse o comandante-geral da PM, Coronel Carlos Alberto David dos Santos.

Uma importante aliada de Ricardo era sua esposa, Kelly Maciel Ribeiro, que também foi presa nesta segunda-feira. De acordo com as investigações, Kelly era responsável em passar orientações a demais integrantes da facção sobre as decisões de “Cabelo”.

“Madrinha do PCC” – Também nesta segunda-feira, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) prendeu em Eldorado a segunda em importância na hierarquia do grupo criminoso. Solangia Silva Santos, a “madrinha do PCC” agia juntamente com José Cláudio Arantes, apontado como o principal líder do grupo em Mato Grosso do Sul.

A Polícia descobriu que Solangia mantinha contato com integrantes do PCC de todo o Brasil. Ela participava dos chamados “tribunais do PCC”, onde os membros são julgados de acordo com suas falhas, recebendo medidas disciplinares equivalentes. “A presença da Solangia era fundamental para o funcionamento do grupo”, destacou David.

Ana Aparecida Pires da Silva, esposa de José Cláudio – o “Tio Arantes” – foi presa em uma casa no bairro Santa Emília, região sul da Capital. No local, a Polícia não encontrou drogas.

Desconfiada de que estava sendo monitorada, Cida, como é conhecida, distribuía os entorpecentes pela casa de vizinhos, como Marizete Fernandes Teixeira, que também foi detida. A casa servia ainda de abrigo para integrantes do PCC.

Os demais criminosos presos atuavam principalmente na distribuição de entorpecentes.

Em família - A filha de “Tio Arantes”, Viviane Kelin Leite Arantes, foi presa em 18 de abril com 27 quilos de maconha na região do Indubrasil. Ana Cristina Almeida Fernandes, nora de José Cláudio, era responsável por administrar as contas bancárias e dar suporte logístico à facção.

O genro de Tio Arantes, Antenor Mota de Moraes Neto, conhecido como “Gordão” e “Gugu” também estava detido e havia conquistado progressão de pena. Ele e José Cláudio devem retornar para o regime fechado.
A advogada da facção, Rosana Belinati, também foi detida, mas liberada após pagamento de R$ 1 mil em fiança.

Ti Arantes, o chefe do grupo, foi um dos líderes da rebelião do Dia das Mães em 2006 e no mês passado conseguiu progressão de regime para o semi-aberto. Hoje ele foi pego na Colônia Penal Agrícola e vai voltar para o regime fechado.