Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quinta, 28 de Novembro de 2024

Sidrolandia

Junta administrativa já levanta situação do Hospital de Corumbá

A Junta Administrativa nomeada pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) assumiu, na manhã desta quarta-feira (12), a gestão do Hospital de Caridade de Corumbá (Santa Casa) e já iniciou um levantamento da real situação da instituição.

Redação de noticia

13 de Maio de 2010 - 10:17

O encaminhamento atende o acordo judicial assinado entre os prefeitos corumbaense e de Ladário, José Antônio de Assad e Faria (PT), e o promotor de Justiça da Cidadania, Ricardo de Melo Alves, no último dia 6, homologado pelo juiz Eduardo Eugênio Siravegna Júnior, da Vara de Fazenda Pública e de Registros da Comarca de Corumbá.

O início dos trabalhos ocorreu em reunião com o médico Ranulfo Vasconcelos, que respondia pela presidência da Associação Beneficente Corumbaense, até então responsável pela administração do hospital. O encontro foi comandado pelo presidente da junta, Lamartine de Figueiredo Costa, que fez o comunicado da decisão judicial à antiga direção da Santa Casa, afirmando que, tanto ele como os demais integrantes da comissão estão imbuídos de buscar uma solução para o problema que afeta a saúde pública local.

Lamartine chegou ao hospital antes das 9 horas, acompanhado do secretário executivo de Saúde Pública do Município, Lauther da Silva Serra; do secretário municipal de Finanças e Administração, Daniel Martins Costa; do procurador geral do Município, Marcelo de Barros Ribeiro Dantas; e do presidente da Associação Médica de Corumbá, Eduardo Lasmar Pacheco, todos integrantes da junta. Também acompanhavam o grupo cinco técnicos que passam a ocupar setores estratégicos da instituição, e que vão auxiliar os trabalhos, principalmente na elaboração de um diagnóstico das atuais condições da instituição.

A reunião com Ranulfo Vasconcelos ocorreu por volta das 10 horas. O médico solicitou um prazo de três semanas para entregar a administração do hospital, alegando compromissos assumidos antes da decisão judicial. Ele disse que este seria o prazo para resolver problemas pendentes, bem como para comunicar aos fornecedores que a instituição passará a ser administrado por uma nova equipe. O pedido não foi aceito e a Junta Administrativa assumiu a Santa Casa de imediato, iniciando uma visita às instalações.

“Estamos cumprindo exigências legais”, disse Lamartine, esclarecendo que a orientação do prefeito Ruiter é justamente buscar solução para a crise na instituição, refletindo diretamente no atendimento à população e na situação dos 320 funcionários. “Estamos imbuídos da vontade de acertar. Já conheço a instituição e tenho respaldo de uma equipe excelente para isso", disse, referindo-se aos demais integrantes da junta e aos técnicos do grupo administrativo. “Com todo este respaldo, tenho certeza de que o nosso trabalho atenderá o que a população anseia", observou.

Sem traumas

Lamartine destacou que o assunto em questão é a saúde pública. “Não estamos vindo aqui para prejudicar ninguém. Não temos esta intenção. Estamos trazendo uma equipe de técnicos que vão desenvolver funções importantes e aqueles trabalhadores que produzem e que querem colaborar serão aproveitados", comentou, lembrando que a junta está fazendo o possível para evitar qualquer tipo de trauma.

Sobre a equipe técnica, ele observou que os cinco integrantes – advogado, enfermeiro, contador, administrador e assessor financeiro – iniciariam de imediato um levantamento preliminar, visando à elaboração de um relatório até esta quinta-feira (13), para a elaboração de um planejamento de trabalho. Uma empresa de auditoria também será contratada para levantar a atual e real situação da Santa Casa, cujo resultado deve ser concluído em 90 dias.

"Isto é necessário para sabermos como estamos recebendo o hospital. Não queremos buscar culpados ou mesmo colocar pessoas na guilhotina. Após recebermos o relatório da auditoria, vamos encaminhá-lo ao Ministério Público, que irá tomar as devidas providências”, acrescentou Lamartine, sem saber precisar o montante da dívida atual da instituição, que vem tendo há algum tempo seus repasses retidos devido a penhoras on-line.

“Pelo que o Dr. Ranulfo informou agora, a dívida é bem maior do que imaginávamos”, observou Marcelo Dantas. Para se ter uma ideia, uma compra recente de medicamentos ainda não quitada chega a R$ 400 mil. Há ainda indenizações que variam de R$ 100 mil a R$ 500 mil. Todo recurso que entra na conta da instituição está sendo direcionado para pagamento dessas dívidas, até mesmo repasses de verbas de planos de saúde, como a Unimed, afetando o pagamento de médicos.