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Sidrolandia

O BDR está coeso”, diz Reinaldo Azambuja

Bloco Democrático Reformista aposta na candidatura deJosé Serra à Presidência da República

Dourados Agora

19 de Abril de 2010 - 10:36

DOURADOS - O deputado estadual Reinaldo Azambuja, presidente do Diretório Regional do PSDB em Mato Grosso do Sul e um dos líderes do Bloco Democrático Reformista (BDR), é o entrevistado de O PROGRESSO desta segunda-feira. O deputado que foi prefeito de Maracaju por dois mandatos fala sobre composições de futuras candidaturas, eleições presidenciais, do seu trabalho na Assembléia Legislativa neste primeiro mandato e também sobre a compra de terras para assentar famílias indígenas por parte da União. Sobre o Bloco Democrático Reformista Azambuja lembra que o DBR está coeso.  Leia a entrevista:

O que marcou a atuação do deputado Reinaldo Azambuja na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul?

Algumas das marcas do nosso trabalho na Assembléia foi ter aprovado trinta e duas leis importantes para auxiliar no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, que atendem o setor social, econômico, que cuidam da questão da pedofilia, Leis que oferecem vantagens no atendimento a idosos, gestantes, coisas que influenciam diretamente na vida de cada cidadão. Aprovamos ainda duas emendas constitucionais e criamos uma frente parlamentar importantíssima na Casa, que é a Frente Parlamentar de Apoio ao Agronegócio e Cooperativismo, que dá sustentação a uma atividade que é muito forte no nosso Estado.
Como deputado de primeiro mandato, se formos analisar chegaremos à conclusão que é uma quantidade considerável de leis aprovadas por um único parlamentar. Considero que esta seja a grande marca, ou seja, transformar idéias em projetos, conseguir aprovação, vê-las transformadas em lei e trazendo benefícios diretos à população, colaborando para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul.

Além da região de Maracaju como o senhor tem atuado em defesa de outros municípios do Estado? 

Um deputado Estadual trabalha pelos 78 municípios, o nome assim define, trabalha pelo Estado, pelos avanços que nós precisamos ter, para aprovar leis, como eu citei no inicio, que dão sustentabilidade ao crescimento do Estado. Lógico que você não abandona sua região. Prezo muito o carinho que a população de Maracaju tem por mim, e de toda região, e a consideração pelo nosso trabalho como prefeito por dois mandatos e agora por estes três anos e quatro meses com deputado Estadual.
    Tenho trabalhado muito por este Estado, acredito no Mato Grosso do Sul, um Estado de terras férteis e com um enorme potencial de crescimento, que tem uma população trabalhadora, ávida por ver o nosso Estado cada vez melhor, uma juventude que quer crescer, ajudar o Estado, merece que nos esforcemos e façamos sempre o melhor por seu desenvolvimento”.
    Acredito que como deputado estadual tenho feito meu papel, cumprido a função como parlamentar, legislando, fiscalizando e levando importantes investimentos para os municípios. Nosso Estado tem grandes potencialidades e estamos trabalhando para que elas possam ser valorizadas e Mato Grosso do Sul se torne cada vez mais um lugar melhor para se viver, o que nos enche de orgulho.

Qual a avaliação que o senhor faz sobre o Governo de André Puccinelli?

O governador André começou o mandato com o Estado em extremas dificuldades, com mais de um bilhão de dívidas de curto prazo e inúmeros compromissos não honrados pelo governo anterior, contudo, teve tranqüilidade, montou uma equipe competente, técnica e com pessoas dedicadas e conscientes da responsabilidade que tinham em mudar o Estado.
    As coisas caminharam bem e ainda assim, com a crise de 2009 que afetou diretamente as finanças dos Estados e dos municípios e que  levou o governador a fazer uma revisão em muitos projetos e planos que haviam sido traçados, ele teve a competência para administrar e dar continuidade aos investimentos.
    Hoje nós vemos, em cada canto do Estado, investimentos com recursos próprios do Governo do Estado, bons projetos a nível federal para trazer recursos para Mato Grosso do Sul, e observamos um governo que trabalha para os 78 municípios. Diferentemente do passado, quando o anterior governava muito para os amigos e apaziguados, o governador André atende tanto prefeitos da situação como também da oposição, com convênios e recursos.
    Acredito que quando ele zera um déficit, quando ele faz com que o Estado realize investimentos com recursos próprios, ele demonstra sua credibilidade e a eficiência de sua equipe. O governo é bem avaliado, nós nunca tivemos escândalos de questões ligadas à corrupção, desvios, desmandos - coisa que marcou muito o mandato do governo anterior. Outra coisa importante de se frisar é que a Secretaria de Fazenda hoje é para todos, diferente do passado quando haviam alguns privilegiados.

Ao liderar uma caravana para o lançamento da pré-candidatura de José Serra à Presidência da República deu para sentir que o Bloco Democrático Reformista (BDR) está coeso em torno desta candidatura?

O Bloco está muito coeso. Nós temos a participação dos três partidos – PPS, DEM e PSDB – temos a participação do PTB, temos a participação do PMN e do PTC, e outros partidos que ainda vem para reforçar, porque este é um bloco que representa a candidatura de um líder que tem plenas condições de administrar o país. O José Serra é um homem experimentado, tem um passado de luta pela redemocratização, tem no seu currículo como Prefeito, Secretário e Ministro de Planejamento, de Governador de São Paulo muitas e importantes realizações, com gestões eficientes e o principal, atendendo muito bem os anseios da população e sem escândalos.
    Em resumo, o bloco está coeso, tem uma candidatura forte, vamos continuar buscando os aliados e eu tenho certeza que nós teremos sucesso, porque quem o bloco apresenta ao País como candidato a presidente é um homem público que só faz dignificar todas as pessoas que participam da política neste país.


    Falando de Mato Grosso do Sul, qual a previsão que se pode fazer sobre o apoio a ser dispensado pelo PMDB à candidatura de José Serra a Presidência da República?

Eu acredito muito nessa aliança no Mato Grosso do Sul. Como presidente do PSDB no Estado, há um ano nós temos buscado essa aliança com o PMDB, conversando com o Governador, com seus aliados, para fortalecer o palanque do Serra. Acredito que nos próximos dias teremos condições de selar essa aliança que também será importante para a candidatura do governador André, reforça e coloca em seu palanque três partidos que já são seus aliados e estiveram juntos trabalhando por sua eleição.

O BDR não abre mão do lançamento da candidatura de Murilo Zauith ao senado?

Construímos essa candidatura do Murilo há muito tempo e a pedido do Murilo, que dizia sempre que gostaria de representar o Bloco como candidato a Senador, por que a região da Grande Dourados precisava desta representação. Trabalhamos nisso, e continuaremos buscando esse espaço importante na chapa majoritária as vésperas de consolidarmos a composição com o PMDB.
    Acredito que o Murilo tem plenas condições, como homem público com uma extensa folha de serviços prestados a Mato Grosso do Sul, de representar os partidos que compõe o bloco, no Senado. Contudo, sabemos que para isso ele precisa ter garantias e as mesmas condições do candidato do PMDB que é o Moka, que já foi escolhido recentemente através das prévias.

O senhor pretende disputar uma cadeira a Câmara Federal pelo PSDB. Como está este projeto?

Esse é um projeto que não nasceu de uma pessoa só, mas de um grupo, de um partido, de aliados, prefeitos, vereadores, lideranças que entenderam que eu deveria disputar uma das oito vagas a Câmara Federal. É um projeto que nós entendemos que é difícil, como toda eleição é, mas estamos muito motivados. A equipe, as pessoas que acreditam nisso, eu também estou motivado por que gostaria muito de estar em Brasília representando Mato Grosso do Sul, fortalecendo a bancada federal e colocando o nosso posicionamento que é bastante claro sobre o que pensamos ser o melhor para o nosso Estado, nossas posições políticas, a ideologia política que nós seguimos, os investimentos que devem ser feitos. Estamos muito motivados e essa motivação vem da consciência de que este não é um projeto de um homem só e sim de todo grupo.

Uma das bandeiras que o senhor defende é a do produtor rural. Qual a sua opinião sobre a disposição do governo Lula em adquirir terras no Estado para destinar aos povos indígenas?

Eu acredito que defender o setor produtivo, que não é só uma classe, mas um setor que alavanca a economia do Estado, como a agricultura, a pecuária, como a indústria, o comércio, o setor de serviços, é trabalhar pelo seu Estado. Não me rotulo só como representante do setor agropecuário, como deputado eu tenho participado e contribuído em todos os setores. A iniciativa do Governo Federal em adquirir terras para destinar aos povos indígenas é inteligente, é algo que já deveria ter sido feito há muitos anos e que poderia sim ter pacificado o campo, evitando as discussões em torno de um tema que já devia estar muito claro, que é o direito de propriedade no Brasil. O direito de propriedade ele tem que ser absoluto e não relativo como está agora.  Os transtornos causados pela Funai com as portarias que colocaram antropólogos procurando nas propriedades indícios de que ali foram terras indígenas e que então devem ser expropriadas, geraram insegurança e trouxeram prejuízos ao Estado, prejuízos que poderiam ter sido evitados se essa medida de comprar terras para dar aos indígenas tivesse sido tomada antes. Todo país desenvolvido do mundo, tem muito clara na sua constituição o que é direito de propriedade, infelizmente aqui no Brasil, aqui no nosso Estado, isso estava sendo desrespeitado com portarias da Funai que resultariam em expropriações em terras de pessoas que tem títulos legítimos expedidos pelo próprio Estado, que na época titulou essas propriedades, propriedades que cresceram graças à dedicação e investimentos de uma vida toda de suor, de trabalho, de luta. Hoje, vemos pessoas que já foram proprietárias às margens das rodovias porque foram tiradas das suas terras. Acho isso um absurdo e a posição do Governo Federal de comprar as terras, inteligente, podendo verdadeiramente trazer a paz no campo, a paz para os indígenas e para os produtores. Quando falo produtores, falo dos grandes, dos médios, dos pequenos e assentados inclusive que também correram risco de perder suas propriedades por conta dessas portarias absurdas. Quando a União compra terras, ela está fazendo justiça por que deixa claro o que pertence aos índios e ao que pertence aos produtores, que podem decidir por vender ou não se assim lhes for conveniente. Se a União quer ampliar as terras indígenas, que compre e entregue aos Índios, sem expropriar, pagando.

Qual a avaliação que o senhor faz sobre o tipo de oposição feita pelo PSDB ao governo Lula?

É uma oposição completamente diferente da oposição do PT. É uma oposição de responsabilidade, uma oposição inteligente. Sabemos que quando o PSDB administrou o país o PT foi oposição radical, contra tudo e contra o Brasil. Foi contra o plano real que hoje dá estabilidade econômica e segurança ao governo Lula, foi contra privatizações importantíssimas como posso citar a do setor das telecomunicações que possibilitou que todos os brasileiros pudessem ter uma linha, um telefone celular, foi contra as privatizações das companhias siderúrgicas, grande mola propulsora hoje do desenvolvimento do Brasil, foi contra o PROER que conseguiu restaurar a questão dos bancos brasileiros e mais anteriormente, foi contra até mesmo Tancredo Neves, votando contra ele no colégio eleitoral. O PT é oposição radical, é contra o País e contra tudo que não for feito pelo partido dos trabalhadores, e o PSDB é diferente. O que for bom para o País, o que for bom para a democracia e o futuro da nação o PSDB tem apoiado, tem aprovado. Aquilo que nós entendemos que não é bom e possa prejudicar o povo brasileiro nós temos votado contra, manifestado a nossa oposição, mas de forma consciente e nunca radical como foi o PT nos oito anos do Presidente Fernando Henrique Cardoso, onde muitos dos avanços do País vieram para beneficiar o País como um todo e não os companheiros de um único partido”.