Sidrolandia
PTB pressiona prefeitos para não perder fundo partidário
Redação de noticia
13 de Maio de 2010 - 10:35
Para não perder o Fundo Partidário e o tempo a que tem direito no horário gratuito de rádio e televisão, o comando regional do PTB promete jogar pesado, seguindo orientação da cúpula nacional, com o prefeito que não atingir a cota mínima de 5% dos votos de seu município nas eleições para deputado federal.
Assinada pelo presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, a resolução Nº 58/2010 prevê inclusive cassação do mandato do prefeito que não atingir a cota mínima.
Na prática, o prefeito terá de arrumar 5% dos votos válidos de seu município na eleição para deputado federal ou para a legenda no caso de não ter nenhum filiado concorrendo ao cargo.
Em Mato Grosso do Sul, o PTB trabalha para lançar em torno de 10 candidatos à Câmara dos Deputados, segundo adiantou o secretário-geral do partido no Estado, ex-deputado estadual Walter Carneiro.
Nos municípios onde o PTB estiver com órgão partidário ativo, a soma dos votos dados a deputado federal e os votos dados à legenda para deputado federal deve superar 5% dos votos válidos, assinala trecho da resolução, que também ameaça mudar a comissão provisória municipal e dissolver o diretório que eventualmente não atinja o percentual exigido.
Walter Carneiro preferiu cautela ao comentar a respeito da camisa-de-força imposta pela direção nacional petebista de cassar o mandato de prefeitos e até de presidente de Câmara de Vereadores que não atingir esse percentual. No entanto, confirmou que essa é a determinação de seu grupo político em Mato Grosso do Sul.
Segundo ele, o diretório regional também está preocupado em perder os repasses previstos no Fundo Partidário e o tempo no horário eleitoral gratuito de rádio e televisão.
Essa cota mínima estabelecida pelo diretório nacional é a mesma fixada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que prevê inclusive corte do Fundo Partidário e horário do partido na televisão, minimizou o dirigente, um dos principais expoentes do PTB em Mato Grosso do Sul.
Walter Carneiro disse que a maior preocupação do presidente Roberto Jefferson é manter uma bancada consistente na Câmara dos Deputados, ou seja, formada por verdadeiros petebistas, lembrando que o partido já sofreu uma debandada em véspera de eleições, justamente pelo fato de ter inchado seus quadros com políticos sem nenhuma identificação ideológica com o trabalhismo.
O PTB já teve uma bancada de 60 parlamentares, hoje só tem 27, exemplificou o dirigente, demonstrando ser favorável a normas estabelecidas pela cúpula nacional de exigir um percentual mínimo durante a campanha eleitoral deste ano.
Atualmente, o PTB conta com apenas três prefeitos Celso Vargas (Maracaju), Edson Luiz de David (Aral Moreira) e José Dodô da Rocha (Selvíria), além de oito presidentes de Câmara de Vereadores, conforme o dirigente.
Assembléia
Walter Carneiro disse que a intenção do partido é indicar de 15 a 20 candidatos à Assembléia Legislativa nas eleições de outubro, sem contar a coligação com outras legendas que apoiarão à reeleição do governador André Puccinelli (PMDB).
Tudo vai depender da coligação, o número de candidatos tanto pode aumentar como pode diminuir, previu Walter Carneiro, referindo-se a chapa proporcional que está sendo discutida com o PMDB e dirigentes de outros partidos aliados.
Walter Carneiro reafirmou o compromisso firmado com o governador André Puccinelli de que o PTB não participará de aliança que tenha candidato disputando à reeleição.
O dirigente referiu-se ao encontro que a executiva regional teve com o governador no mês de março, no qual ficou definido que o partido fará aliança com legendas de menor expressão eleitoral, os chamados nanicos.
Pelo acordo, o governador prometeu montar uma estrutura de campanha que possa abrigar de seis a sete partidos visando eleger até três deputados estaduais e um federal nas eleições deste ano.
Na coligação oferecida pelo governador ao PTB não teria nenhum deputado estadual disputando a reeleição.
No esquema de campanha do governador participarão outras três coligações maiores na chapa proporcional, incluindo parlamentares que buscam o segundo mandato, como, por exemplo, Márcio Fernandes (PTdoB) e Coronel Ivan (PRTB).