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Esporte

Salários de Neymar pagariam seis elencos inteiros do Juan Aurich

Departamento de futebol dos peruanos custa R$ 325 mil por mês. Estrutura e ambiente revelam abismo entre os rivais

Globo Esporte.com

15 de Março de 2012 - 11:00

Mais do que um simples jogo, a partida entre Juan Aurich e Santos colocará frente a frente equipes com estruturas, ambientes e recursos econômicos totalmente distintos. Prova clara do abismo que existe entre brasileiros e peruanos é que os vencimentos totais de Neymar, com o que recebe do Peixe e de seus nove patrocinadores - algo próximo de R$ 2 milhões -, pagaria seis elencos inteiros do "Ciclón", com departamento de futebol custeado por R$ 325 mil por mês (US$ 180 mil, segundo pessoas do próprio clube e que convivem no dia a dia do time).

Enquanto o craque do Alvinegro tem rendimentos bem ao padrão do futebol europeu, destaques do Juan Aurich como Luis Tejada, Diego Penny e Luis Guadalupe, entre outros, recebem entre US$ 20 mil e US$ 25 mil (R$ 36 mil e R$ 45 mil), e esses são os maiores salários da equipe. O dinheiro provém do Grupo Oviedo, conjunto de empresas do ramo de açúcar de Chiclayo, cujo gerente é Edwin Oviedo, também presidente do time peruano.

Essa diferença gritante é o reflexo das economias dos dois países, que influenciam diretamente nos orçamentos dos times. Além da folha salarial, as estruturas dos rivais também são completamente diferentes.

Tradicional local de atividades do dia a dia do Juan Aurich, o centro de treinamento Videna é do clube sob concessão por 15 anos. Os atletas dispõem de campos para fazer os treinamentos técnicos e uma academia ainda inacabada. O Peixe, por sua vez, tem o CT Rei Pelé, também sob concessão, que conta com três campos diferentes e seu hotel próprio, além de um moderno centro para recuperação de atletas (Cepraf), que se tornou referência nos últimos anos..

Até em função disso, a relação entre jogadores e imprensa é mais amistosa no clube peruano, algo diferente do usual no Brasil. Ao deixar o gramado da Videna, os jogadores do Juan Aurich passam em frente aos jornalistas, que têm liberdade para abordá-los, mas só entrevistam quem se dispõe a falar. Enquanto na rotina dos clubes brasileiros há sempre um ou dois atletas escalados para falar com a imprensa.

Esse panorama é uma pequena amostra da diferença entre os mundos de Ciclón e Santos, adversários nesta quinta-feira, às 19h45m (horário de Brasília), pela terceira rodada da Libertadores, no Estádio Elias Aguirre, em Chiclayo.

Caso esses fatores extracampo influenciem no que acontece em campo, o Peixe sai na frente.