Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Segunda, 25 de Novembro de 2024

Região

Acusada de tramar morte de médico fica em silêncio no primeiro depoimento

Defesa afirmou a imprensa que ainda não irá se manifestar sobre o caso.

Campo Grande News

11 de Agosto de 2023 - 08:45

Acusada de tramar morte de médico fica em silêncio no primeiro depoimento
Bruna Nathalia é levada para prestar depoimento em delegacia. (Foto: Eliel Oliveira).

A principal acusada de tramar o assassinato do médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, se manteve em silêncio durante primeiro depoimento a Polícia Civil no fim da tarde desta quinta-feira (10), em Dourados.

A informação foi confirmada pela advogada Thaisa Noronha, que assumiu a defesa Bruna Nathalia de Paiva, 28, Gustavo Kenedi Teixeira, 26, Keven Rangel Barbosa, 21, e Guilherme Augusto Santana, 34.

Segundo o delegado Erasmo Cubas, os três acusados deram versões semelhantes na última terça-feira (8), de que a mulher os contratou por R$ 50 mil cada um para virem de Minas Gerais a Dourados, matar o médico e pegar o celular dele. O motivo seria desacerto entre Gabriel e Bruna relacionado a dinheiro oriundo de estelionato.

Os dois seriam integrantes de organização criminosa especializada em golpes através de cartões de crédito e contra o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Inicialmente, Cubas disse que o médico cobrava R$ 500 mil em valores a receber de Bruna, mas depois afirmou que o valor ainda precisava ser confirmado.

Acusada de tramar morte de médico fica em silêncio no primeiro depoimento
Quadrilha presa pelo assassinato de Gabriel Rossi; crime teria sido planejado por amiga. (Foto: Eliel Oliveira)

Consultada pela reportagem, a defesa afirmou que não irá se manifestar por enquanto. O caso – Natural de Santa Cruz do Sul (RS), Gabriel se formou em medicina na UFGD em março deste ano e começou a trabalhar em unidades de saúde da cidade. No dia 27 de julho, após um plantão, ele desapareceu.

No dia seguinte, o médico não foi trabalhar no hospital onde cumpriria novo plantão e também não apareceu na unidade onde trabalharia no sábado (29). Preocupados, colegas mandaram mensagens pelo celular.

Acusada de tramar morte de médico fica em silêncio no primeiro depoimento
Print de mensagem enviada do celular de Gabriel Rossi no sábado, um dia após ele sumir. (Foto: Reprodução)

Pessoa que usava o celular se passou por Gabriel e respondeu que estava sofrendo ameaça de morte e que precisava ficar sumido por alguns dias. Segundo a polícia, era Bruna de Paiva que estava respondendo às mensagens, para criar fatos e despistar a polícia.

Ela havia se apossado do celular de Gabriel para apagar provas que as ligariam ao estelionato e levou o aparelho para Minas Gerais. A polícia chegou a rastrear o uso do telefone no estado mineiro no domingo, mas quando os quatro foram presos, na segunda, o celular não foi mais localizado.

O corpo de Gabriel foi encontrado na manhã de 3 de agosto – uma semana após o desaparecimento – em uma casa de aluguel por temporada na Vila Hilda, região sul da cidade. Ele foi torturado e estrangulado e estava com os pés e mãos amarrados.

A perícia indicou que a morte ocorreu entre três e quatro dias antes de o corpo ser encontrado. Isso significa que o rapaz ficou agonizou por pelo menos 48 horas antes de morrer. Três homens presos confessaram a autoria material do assassinato.

Atraído para a casa na Vila Hilda, o médico foi rendido sob a mira de duas pistolas de airsoft (réplica de arma de fogo de verdade), compradas pelo grupo em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Após estrangularem o médico e pegarem o celular dele, os três voltaram para outra casa alugada por Bruna em Dourados, na Rua Monte Alegre, de onde fugiram para Campo Grande e na Capital embarcaram em voo para Belo Horizonte. Dez dias depois, foram presos em Pará de Minas por policiais civis e policiais rodoviários federais de Dourados.

Acusada de tramar morte de médico fica em silêncio no primeiro depoimento
Perito examina carro de médico em frente ao local onde corpo foi encontrado. (Foto: Adilson Domingos)