Região
Proposta de novo uso do prédio do Ceasa só passa após renovação do CMDR
Durante os debates, alguns conselheiros que representam movimentos sociais se manifestam contra a ideia.
Redação/Região News
20 de Fevereiro de 2023 - 14:57
Só após a prefeita Vanda Camilo definir a composição do CMDR (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural) para os próximos dois anos, será votada a proposta de destinar o prédio do entreposto da agricultura familiar para abrigar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural.
No último dia 16 a proposta não foi votada porque o mandato dos conselheiros venceu em agosto. Durante os debates, alguns conselheiros que representam movimentos sociais se manifestam contra a ideia.
O ex-secretário Ivan Oliveira, que representa a Pastoral da Terra, é favorável a implantação do entreposto da produção da agricultura familiar, dar outra destinação ao prédio seria desvio de finalidade.
Também manifestaram o mesmo posicionamento os representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rural e de uma cooperativa da agricultura familiar. O presidente do CMDR, Alberto Alves Souza, não vê viabilidade de implantar o Ceasa porque diferente do cenário existente há 12 anos.
Atualmente boa parte dos assentados arrendou os lotes para o plantio de soja e milho. A produção de hortigranjeiros, em torno de 2 mil toneladas anuais, é levada para comercialização na Ceasa de Campo Grande.
A utilização do prédio pela Secretaria de Desenvolvimento Rural vai garantir uma economia anual de R$ 50 mil com aluguel. O próprio CMDR ganhará uma sala e haverá espaço para cursos e treinamentos.
Os próprios supermercados da cidade abastecem suas gôndolas das seções de verduras e legumes, com produtos adquiridos na Capital. Não há também escala e uma produção diversificada de itens suficiente para tornar o espaço um polo de comercialização. Isto é feito na Ceasa de Campo Grande onde foi aberto um espaço específico para os agricultores familiares da região levarem suas produções.
Prédio pronto
O prédio construído para abrigar o Ceasa está pronto há dois anos. Foram aplicados mais de R$ 600 mil na construção e mobília do que seria uma Unidade de Apoio de Distribuição da Agricultura Familiar, com 450 metros quadrados.
Projeto antigo
O projeto de construir uma central onde os agricultores familiares pudessem comercializar a produção de hortigranjeiros foi lançado em 2011, portanto há 12 anos. Em 2012 o então deputado federal Reinaldo Azambuja e o senador, Delcidio do Amaral viabilizaram R$ 450 mil junto à Sudeco para construir e equipar a primeira etapa da unidade que numa fase seguinte seria ampliada para ter um espaço de classificação e embalagem dos legumes para agregar valor.
Havia até um recurso suplementar de R$ 450 mil para essa segunda etapa, mas o recurso acabou perdido por causa do atraso na execução do projeto. Em 2015, após alguns entraves burocráticos, foi homologada a licitação vencida pela Construtora São Braz Ltda, com o orçamento de R$ 388.148,00.
Como os repasses atrasaram, a obra parou no final de 2016 quando 70% do serviço estava concluído e tinham sido aplicados R$ 285 mil. Só em 2009 foi feita uma nova licitação para terminar a obra, serviço orçado em R$ 192 mil. O prédio ficou pronto em 2021 e as mobílias foram adquiridas ano passado