Região
Ribas precisa hoje de seis mil casas populares
Gestor viaja a Brasília na próxima semana em busca de recursos para duas mil casas populares.
Correio do Estado
14 de Abril de 2023 - 09:55
O prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo (Psol), relata que o município enfrenta um grave problema de especulação imobiliária, em razão da chegada da fábrica de celulose da empresa Suzano. Em entrevista ao Correio do Estado, ele explicou que a cidade precisa, hoje, de seis mil casas populares.
No fim deste mês, João Alfredo viajará a Brasília em busca de recursos do programa Minha Casa, Minha Vida para a construção de duas mil residências populares. Além disso, a prefeitura de Ribas do Rio Pardo criou o projeto João de Barro, que visa acabar com a sub-habitações e garantir casas sem custo.
Além das casas populares, o prefeito informou que a empresa Suzano também está construindo mil residências para os trabalhadores da fábrica. João Alfredo alega que, atualmente, cerca de sete mil trabalhadores da fábrica estão em grandes alojamentos, pousadas e repúblicas que atendem às normas do Ministério do Trabalho.
“Isso é fiscalizado constantemente. Nós temos uma lei que define como deve ser o alojamento, e todas as empresas acompanham essa lei, que está dentro das normas do Ministério do Trabalho. Temos quatro homens por quarto, obedecendo toda aquela metragem de metro quadrado por pessoa, todos os quartos têm ar-condicionado, além de armário com cadeado”, disse o prefeito.
Segurança
Em fevereiro deste ano, o prefeito de Ribas do Rio Pardo externou uma série de problemas que todo o complexo da obra causou. Para melhorar a segurança pública no município e atender ao aumento de demandas, João Alfredo informou que nos fins de semana haverá um reforço policial.
“Não há condições de ter um contingente maior, porque o policial militar no início de carreira tem um salário que, se ele mudar para Ribas, metade desse salário vai em aluguel, então ele não muda”, disse.
Em razão dessa problemática, o chefe do Executivo informa que doou R$ 2 milhões para que o Conselho Municipal de Segurança Pública (Conseg) construa casas para abrigar profissionais da segurança pública, no regime de comodato. Ao todo, uma área de 2.500 m² foi doada pela prefeitura para a construção de 12 casas.
Infraestrutura
O prefeito também relatou que a demanda por água, esgoto e melhorias na infraestrutura do município aumentou com a chegada dos novos investimentos. Na próxima semana, o presidente da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) visitará a cidade para verificar as mudanças que devem ser feitas para o atendimento da população, incluindo a construção de uma nova estação de tratamento de esgoto.
Além disso, a prefeitura de Ribas do Rio Pardo conseguiu, por meio do programa Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal, um empréstimo de R$ 55 milhões para ações de drenagem, pavimentação, iluminação pública, calçamento e acessibilidade em bairros antigos e regiões mais carentes da cidade.
“Nós pegamos o município na capacidade de pagamento D, que é a pior que tem, ou seja, nós estávamos ‘serasados’ no governo federal, pagamos os tributos em dia, reparcelamos os débitos de gestões anteriores e pulamos para a capacidade de pagamento A”, informou o prefeito.
Em virtude dessa mudança de categoria, o município passou a ter crédito para conseguir realizar os investimentos em infraestrutura. No quesito saúde, o município teve um incremento no quadro de profissionais, que de 14 médicos passou para 41, entre efetivos e credenciados.
O prefeito informou ainda que, por meio de recursos da empresa de celulose, que são garantidos por uma condicionante, a ampliação de leitos do hospital será feita em conjunto com a implantação de cinco leitos de unidade de terapia intensivo (UTI), que serão os primeiros da cidade.
Segundo João Alfredo, há um condicionante no contrato que faz com que as empresas instaladas na cidade invistam um montante em benefícios para o município. O valor acertado foi de R$ 48 milhões, e, após a decisão, foi criado o Conselho de Desenvolvimento do Plano Ambiental, que define onde será aplicado esse valor, como hospital, casas populares, estrutura da segurança, entre outros.
“Independentemente disso, a empresa que está à frente da fábrica de celulose tem nos ajudado nas nossas demandas, em outros projetos paralelos a isso, sobretudo na área de desenvolvimento social”, afirmou.
A relação entre empresa, prefeitura e governo do Estado melhorou após a visita do governador Eduardo Riedel, que esteve na cidade em fevereiro, para verificar as reivindicações de João Alfredo.
Entre os pedidos estava a manutenção de estradas para o escoamento da produção. “Aqueles problemas que nós relatamos na mídia foram acatados e hoje nós temos um relacionamento muito melhor”, disse.