Saúde
MS registra recorde de mortes em 2020 e aumento de 25,3% nas ocorridas em casa
Campo Grande News
18 de Janeiro de 2021 - 15:43
Em 21 anos, nunca tantas pessoas haviam morrido em Mato Grosso do Sul como em 2020. Dados da Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), através do Portal do Registro Civil, mostram ainda que o aumento foi de 12,8% em relação a 2019. Mortes dentro de casa subiram em 25,3% também se comparado ao ano anterior.
Nos 12 meses do ano passado, 18.864 pessoas morreram em MS, 14,6% a mais que em 2019, quando ocorreram 16.459 mortes no Estado. Até o ano passado, a média anual de crescimento era de 2,6%, bem abaixo do quantitativo registrado em 2020, segundo a associação.
A Arpen diz ainda que o número de óbitos registrados em 2020 pode aumentar ainda mais, assim como a variação da média anua. Isso porque os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência.
Além disso, alguns Estados brasileiros expandiram o prazo legal para registro de óbito em razão da situação de emergência causada pela covid-19.
Em casa – As mortes ocorridas em casa podem ser tanto devido falta de vagas para atendimento especializado quanto por medo das pessoas em irem aos hospitais durante a pandemia. Foram 2.540 casos em 2019 no Estado. Mas em todo ano passado foram 3.181. Aumento de 25,3%.
Somente de covid-19, foram 52 casos, segundo os registros de óbitos, feitos com base nos atestados assinados pelos médicos, conforme a Arpen. Em Campo Grande,
Já as mortes por Causas Respiratórias fora de hospitais cresceram 30,8%, sendo que a Septicemia foi a que registrou a maior variação, 39,3%. Também cresceram os óbitos por Insuficiência Respiratória (31,8%) e Pneumonia (19,3%).
Os óbitos por Causas Cardíacas fora de hospitais também dispararam em 2020, com registro de aumento de 17% na comparação com o ano anterior. Neste tipo de doença, o maior aumento se deu nas chamadas Causas Cardiovasculares Inespecíficas (40.9%), muito em razão de o falecimento ocorrer sem assistência médica, dificultando a qualificação da doença.
Também cresceram os óbitos em casa por AVC (Acidente Vascular Cerebral), aumento de 5,5%, e Infartos, que cresceram 10,8%.