Sidrolândia
Edésio Depiné deixa legado de trabalho, dedicação a família e uma legião de amigos
Edésio deixou esposa, dona Sônia Depiné, com quem conviveu por 47 anos e dois filhos (Ricardo e Priscila).
Marcos Tomé/Região News
17 de Abril de 2021 - 08:23
Parafraseando Almir Sater e Renato Teixeira, na canção tocando em frente, a morte do empresário Edésio Depiné, de 70 anos e milhares de outras vidas que diariamente deixam este plano terreno, é um retrato que num dia a gente chega, noutro vai embora. No segundo dia do mês de fevereiro de 1951 em Rodeio, pequena cidade do interior catarinense, nascia Edésio, que faleceu ontem a noite vítima da Covid-19.
Começou a sentir os primeiros sintomas da doença no dia 12 de março, chegou a ser internado no Hospital Elmiria Silvério Barbosa, em Sidrolândia, de onde foi transferido em estado grave por complicações da doença para o Hospital da Cassems, em Campo Grande, no dia 25 do mesmo mês.
Com agravamento no quadro provocado por uma síndrome respiratória aguda precisou ser intubado, doença desencadeada pelo novo coronavírus. Durante os 35 dias de tratamento, familiares viveram momentos de angústia e uma legião de amigos fizeram corrente de oração para interceder por sua recuperação.
Edésio deixou a esposa, dona Sônia Depiné, com quem conviveu por 47 anos e dois filhos (Ricardo e Priscila). Seu legado de trabalho e dedicação a família é tido como exemplo por quem partilhava de sua amizade. Solange Marques, hoje encarregada na linha de produção da Priscila Malhas, empresa que fundou em 1983, lamentou a morte do patrão e grande amigo.
Solange ainda era uma menina de 15 anos quando começou a trabalhar na empresa da família Depiné. Ela conta emocionada a reportagem do RN que durante os 27 anos em que conviveu com seu Edésio na Priscila Malhas, vivenciou momentos que ficaram gravados em sua memória do ser humano que era.
“Uma pessoa boa, humana, gentil e com um espírito de solidariedade difícil de se encontrar nos dias atuais. Gostava de ajudar o próximo. Sempre que era abordado por algum necessitado, dava o que tinha no bolso”, conta a funcionária, de 43 anos que hoje é casada, mãe de um casal de filhos.
“Seu Edésio era um paizão. Sempre ajudou sem olhar a quem. Me recordo que numa época uma funcionária teve um bebê. A criança precisava tomar leite de cabra e aqui na cidade não existia o produto para venda. Ele mandava vir de Campo Grande e nunca foi lhe descontou nada”, se recorda.
Suas paixões, além dos filhos, eram os netos: Ricardinho, Sofia e Maria Eduarda, está última apelidada por ele de “Dudinha”. Seu Edésio, que também exercia certa influência política, se curou recentemente de um câncer no braço esquerdo. O sepultamento seguirá o protocolo de biossegurança estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Relacionadas
-
PERDA PARA A COVID
Morre aos 70 anos, vítima da Covid-19, o empresário Edésio Depiné
-
PERDAS PARA A COVID
Sidrolândia registra 100 mortes por Covid-19 e UTI continua lotada
-
LUTA CONTRA A COVID
Vítima de complicações do Covid-19, morre o taxista João Wanderley