Em Sidrolândia 48,55% dos beneficiários do bolsa família estão fora do mercado de trabalho

O crescimento de 7% na oferta de empregos com carteira assinada em Sidrolândia, registrado ano passado, não atraiu o interesse de 48,5% dos beneficiários do bolsa família que preferiram permanecer sem trabalhar. São homens e mulheres que têm entre 17 e 59 anos, faixa etária majoritária da força de trabalho em atividade.

Mais de 36% dos beneficiários não exerceram nenhuma atividade remunerada nos últimos 12 meses. Considerando que a média salarial de 87% dos empregos gerados na cidade é de R$ 2.015,67, por exemplo, um casal hipotético, com dois filhos, perderia a "bolsa" com esta renda porque teria uma renda per capita de R$ 503,00, bem acima do R$ 218,00 que é a linha de corte para as famílias se habilitarem ao auxílio federal, que contempla quem esteja em situação de vulnerabilidade social.

Talvez esta seja uma explicação para muita gente preferir reforçar o orçamento fazendo bicos na informalidade a aceitar uma oferta de emprego com carteira assinada. Conforme dados extraídos do portal da transparência do Ministério do Desenvolvimento Social, atualizados até novembro passado, só 51,45% das pessoas que receberam naquele mês o benefício de transferência de renda, estavam desenvolvendo alguma atividade remunerada. Este percentual não considera quem tem até 16 anos e os idosos, o público acima de 60 anos.

Em Sidrolândia recebem o benefício com valor médio de R$ 667,53, 10.959 pessoas, sendo que 4.641 (42,19%) têm entre 17 e 59 anos. Deste grupo, 2.388 (51,44%) estão trabalhando, só 1.037 (44%) tem carteira assinada, incluindo 29 servidores. O maior contingente dos que têm atividade remunerada, 1.351, estão na informalidade, são autônomos (1.257); fazem bico na zona rural (32); trabalham sem carteira assinada (46) ou atuam como diaristas( 16).

Considerando os quase 11 mil sidrolandenses atendidos pelo programa federal de transferência de renda, só 22% têm alguma atividade remunerada.

Perfil

Atualmente o número de pessoas atendidas pelos programas sociais, aposentados e pensionistas é maior que os 12.875 trabalhadores do mercado formal, celetistas e servidores públicos. Em Sidrolândia 15.468 pessoas recebem o bolsa família (10.950), além de 4.509 aposentados, pensionistas ou ganham um salário mínimo de benefícios de prestação continuada (BCP), a que têm direito idosos (675) e pessoas com deficiência (675).

Entre os atendidos pelo bolsa família, 715 assentados, que têm hoje como principal fonte de renda suas aposentadoria e a renda com o arrendamento dos lotes para o plantio de soja e milho.