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SIDROLÂNDIA- MS

Exonerado investigador condenado por ter abusado de presa na cela da Delegacia

A mulher foi retirada da cela e levada para a “Sala Lilás”, sendo obrigada a manter relações sexuais com o investigador.

Redação/Região News

07 de Dezembro de 2023 - 07:02

Exonerado investigador condenado por ter abusado de presa na cela da Delegacia
Delegacia Civil de Sidrolândia (MS) — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Condenado a 14 anos, 2 meses e 15 dias de prisão em regime fechado, o investigador da Polícia Civil, Elbeson de Oliveira, de 41 anos, que abusou de uma presa, de 28 anos, foi exonerado. O crime aconteceu na Sala Lilás da delegacia de Sidrolândia, em abril do ano passado. A exoneração do agora ex-policial foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (6).

Elbeson foi demitido por ter se aproveitado da condição de servidor público para a agressão e se tratar de um episódio grave. A fundamentação legal aplicada para a punição destaca ainda que se ele se comportou de modo indigno, violando a ética e sua missão.

Também foram apontadas violações às atribuições policiais, como a deslealdade, desrespeito às obrigações funcionais e uso de violência e maus-tratos durante o exercício da função. Os abusos aconteceram entre os dias 4 e 11 de abril de 2022, depois que a mulher de 28 anos foi presa em investigação por tráfico de drogas. A presa era levada para a “Sala Lilás”, espaço criado para colher depoimento de vítimas de abuso sexual.

O primeiro abuso aconteceu por volta das 19h do dia 4 de abril. A mulher foi retirada da cela e levada para a “Sala Lilás”, sendo obrigada a manter relações sexuais com o investigador. Na sequência, foi levada para alojamento dos servidores e, novamente, abusada. Depois dos estupros, foi obrigada a tomar banho.

No decorrer da semana, o investigador ia até a cela da mulher e a ameaçava, dizendo que “ela era sozinha nesse Estado e ninguém daria falta dela caso sumisse”. No dia 11, depois de novamente ser estuprada, a vítima voltou aos prantos para a cela, chamando atenção de outros presos. Ela foi questionada e contou o que havia acontecido.

Os presos pressionaram o investigador, que tentou comprar o silêncio deles, repassando celular para eles. Além do depoimento da vítima e dos outros presos, a denúncia também se baseou nas imagens do circuito interno de segurança em que se flagrou os momentos que a presa era retirada da cela, assim como o momento que o policial deu o celular aos outros internos. Elbeson foi afastado no dia 18 de abril do ano passado, conforme determinação da DGPC (Delegacia-Geral da Polícia Civil).