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Sidrolandia

FMI alerta que risco soberano pode prolongar crise

O FMI disse que a saúde do sistema financeiro global melhorou junto com a frágil recuperação da economia global

Uol economia

20 de Abril de 2010 - 16:00

A preocupação sobre dívida pública pode prolongar a crise de crédito, apesar de a Grécia ser um caso especial que não deve ser comparado a outros membros da zona do euro, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira.

O FMI disse que a saúde do sistema financeiro global melhorou junto com a frágil recuperação da economia global, mas que os temores dos investidores sobre os crescentes níveis de dívida pública podem prejudicar os ganhos de estabilidade feitos até agora.

"Os riscos soberanos de países avançados podem minar os ganhos de estabilidade e levar a crise de crédito a uma nova fase", disse o FMI na atualização do seu Relatório de Estabilidade Financeira Global.

O FMI disse que há o perigo de que os riscos de crédito soberano podem rapidamente se espalhar aos sistemas bancários domésticos e chegar à economia real, gerando uma nova instabilidade financeira.

A preocupação é que os investidores exijam taxas de juros maiores para comprar dívida governamental, elevando os juros nos setores público e privado.

Dúvidas sobre a capacidade da Grécia de financiar a dívida maior que a produção econômica anual afetou a confiança no país, fazendo o governo buscar reuniões com o FMI e a União Europeia que poderiam ativar o pacote de resgate.

José Viñals, diretor do departamento monetário e de mercado de capital do FMI, disse que a organização não está sugerindo a iminência de outra crise.

"Nós estamos dizendo que como resultado da crise, a acumulação de dívida pública tem sido significativa, e há preocupações agora no mercado com o risco soberano", disse ele a jornalistas.

Viñals disse que os países precisam agir imediatamente e criar planos de consolidação fiscal plausíveis para o médio prazo que tenham apoio popular.

No entanto, ele dispensou os temores de que os problemas da Grécia poderiam ser repetidos em outros países como Portugal e Espanha.

"A Grécia é um caso especial e nós não podemos dizer que outros países estão nessa situação", disse ele. "Esses outros países têm instituições fiscais sólidas e não têm as incertezas fiscais que a Grécia teve."

O FMI reduziu as estimativas de perdas contábeis de bancos para 2,3 trilhões de dólares, de 2,8 trilhões de dólares previstos em outubro de 2009, uma redução que reflete melhoras na economia global e no balanço dos bancos.