Sidrolandia
Pelo menos 65 pessoas foram assassinadas em conflitos no campo em 2017, diz Pastoral da Terra
Relatório parcial da comissão, ligada à Igreja Católica, aponta "generalização da violência no campo" e crescimento de "assassinatos em massa". Em 2016, CPT registrou 61 assassinatos.
G1
17 de Janeiro de 2018 - 16:27
Sessenta e cinco pessoas foram assassinadas em conflitos no campo em 2017, de acordo com dados parciais da Comissão Pastoral da Terra (CPT), vinculada à Igreja Católica.
As informações foram divulgadas na página da pastoral na internet. O relatório ainda é parcial. O texto completo deve ser divulgado em abril, de acordo com a assessoria da CPT.
Segundo a pastoral, os números conferem ao Brasil o título de país mais violento para as populações camponesas no mundo.
A pastoral registrou 61 mortes em 2016 em relatório anual divulgado em abril do ano passado.
O balanço da pastoral fala em generalização da violência no campo com assassinatos em massa e chacinas, e relembra alguns casos como o de Colniza, no Mato Grosso, onde nove trabalhadores rurais foram torturados e assassinados em abril do ano passado.
A pastoral também citou chacina na fazenda Santa Lúcia, no município de Pau Darco, no Pará, onde 10 pessoas foram assassinadas em maio de 2017.
Trabalho escravo
O relatório da pastoral também destaca mudanças com relação ao combate ao trabalho escravo.
A pastoral diz que a luta contra o trabalho escravo sofreu inúmeros ataques no sentido de anular o protagonismo brasileiro no combate ao trabalho escravo, reconhecido internacionalmente pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A Pastoral lembra de portaria do Ministério do Trabalho que tornou mais difícil a caracterização do trabalho escravo. A portaria foi publicada em outubro do ano passado.
No fim do ano, o governo recuou e tornou mais rigorosas as definições de jornada exaustiva e condição degradante do trabalhador, além de ter ampliado outros conceitos para a configuração desse tipo de mão de obra.
Com a nova portaria, o governo deixa em vigor no país as regras que já estavam valendo há 14 anos.