Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quarta, 2 de Outubro de 2024

Sidrolandia

Senai faz curso de confeiteiro para pessoas com Síndrome de Down

A qualificação faz parte do Programa Senai de Ações Inclusivas e visa à inserção dos jovens com deficiência no mercado de trabalho

Daniel Pedra/Região News

31 de Agosto de 2010 - 17:00

Senai faz curso de confeiteiro para pessoas com Síndrome de Down
Senai faz curso de confeiteiro para pessoas com S - Foto: Daniel Pedra

No âmbito do Programa Senai de Ações Inclusivas (Psai), a FatecSenai Campo Grande iniciou nesta terça-feira (31/08), na sala D do Sebrae-MS, o curso de confeitaria para pessoas com Síndrome de Down como parte da programação da Semana do Panificador. De acordo com técnica em desenvolvimento e educação tecnológica do Senai, Carolina Ramos Buscarons Iwano, a entidade promove cursos para atender pessoas com deficiência, contribuindo para que as empresas possam cumprir as cotas estabelecidas na Lei Federal nº 8.213/91, chamada “Lei de Cotas”, determina a contratação de funcionários e aprendizes com deficiência.

Ela explica que desde 2005, quando o Governo baixou decreto, também não há mais limite de idade o que significa uma grande oportunidade para muitas pessoas. “Para superar esse obstáculo da falta de qualificação dessas pessoas, o Senai atua por meio do Psai para que a contratação seja uma realidade na vida dessas pessoas especiais, que também passam a estar mais preparadas para ocupar essas vagas”, explicou, acrescentando que no Brasil calcula-se que há 24,5 milhões de brasileiros com alguma deficiência, sendo que, desse total, apenas 5% deles têm seus direitos trabalhistas garantidos em carteira.

Ministrando o curso, o instrutor Neilson Braga conta que esta é a terceira turma de deficientes que ele trabalha e o perfil dos jovens também contribui para a qualificação. “São jovens interessados e alegres superando qualquer deficiência com muita atenção e interesse”, explicou, acrescentando muitos empresários desconhecem o talento das pessoas com deficiência e perdem a oportunidade de inseri-las no mercado de trabalho.

O curso, com 12 horas aulas, teve as apostilas adaptadas para facilitar o aprendizado dos jovens, mas o conteúdo foi mantido. “As apostilas foram trabalhadas na parte de ilustração e por isso tem menos texto e mais figuras, mas o produto é o mesmo”, disse Neilson Braga, acrescentando que os jovens vão aprender três receitas: pão de queijo, sequilho e petit fours.

No total oito alunos da Escola Juliano Varela participam da qualificação e a professora da primeira etapa do 4º ano do Ensino Fundamental da instituição, Manoela Rozatti da Silva, acompanha os jovens. “Eles ficaram eufóricos com a oportunidade. Nós temos 11 alunos, estes oito que estão aqui ficaram animados e demonstram interesse com o curso, os que não quiseram vir ficaram na escola”, disse, garantindo que outros dois alunos da turma já foram inseridos no mercado de trabalho, o que acabou motivando ainda mais os outros jovens.

Alunos

Acompanhando a filha Íris Larissa Weber, de 18 anos, Jussara Weber conta que a jovem estava bastante gripada, mas, mesmo doente, insistiu para participar do curso. “Ela adora pão de queijo e chipa frita e não quis faltar de jeito nenhum porque quer aprender a fazer. E eu fiz questão de trazê-la porque oportunidades como esta que o Senai e o Sebrae estão oferecendo aos portadores de necessidades especiais é única”, declarou.  

Demonstrando muita animação, Amanda Mariana Caetano Santana, de 19 anos, disse que já assou pão com a mãe e agora quer aprender porque quer trabalhar. “Eu quero aprender a fazer pão de queijo porque quero trabalhar e ter meu dinheiro”, informou. Já Bruna Florentino, de 25 anos, tem outro interesse, quer surpreender o namorado. “Vou aprender a fazer pão de queijo e bolachinha para fazer uma surpresa pro Júlio César”, contou.         

Carlos Alberto Pacheco da Silva, de 16 anos, também quis fazer o curso de confeitaria para aprender a cozinhar. “Vou aprender para fazer em casa e depois posso arrumar um trabalho”, afirmou. O jovem Luiz Henrique Ortega de Oliveira, de 17 anos, diz que é parceiro da mãe na cozinha e tudo que aprender no curso vai fazer junto com ela. “Vou cozinhar com a minha mãe”, disse.

Fernanda Arruda, de 20 anos, e Patrick Alves de Miranda, de 17 anos, eram os mais tímidos do curso de confeiteiro, mas não menos interessados. Quando o instrutor começou a apresentar os ingredientes eles se soltaram demonstrando atenção à culinária. “Vou fazer em casa”, disse Fernanda e o colega completou “É fácil”.